Cunha tenta manobra para garantir mandato

  • Por Estadão Conteúdo
  • 08/07/2016 09h00
Brasília - O presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) dá coletiva de imprensa, no Hotel Nacional em Brasília, com o objetivo, segundo ele, de retomar "a comunicação direta com os veículos de comunicação" (José Cruz/Agência Brasil) José Cruz/Agência Brasil Eduardo Cunha

Após anunciar sua renúncia à presidência da Câmara, o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) protocolou um aditamento ao seu recurso na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara pedindo uma nova apreciação do processo que responde no Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar.

Com o pedido, a sessão da comissão, marcada para a próxima segunda-feira (11), na qual deveria ser votado parecer sobre o recurso, foi adiada para terça-feira (12), mesmo dia marcado para a eleição do novo presidente da Casa.

O argumento utilizado pelo peemedebista no aditamento é que, ao deixar o comando da instituição, sua condição foi alterada “profundamente” e, por isso, a necessidade da revisão do resultado do Conselho de Ética. 

Na petição protocolada, o deputado afastado diz que o exercício do cargo foi uma das razões de aprovação do pedido de cassação e que, agora, as circunstâncias mudaram, já que ele volta a ser apenas um parlamentar. 

Aliado de do peemedebista, o presidente da CCJ, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), justificou o adiamento da sessão pela necessidade de obter mais tempo para analisar a questão, “queremos evitar nulidade.”

Logo após o ato, parlamentares avaliaram que a decisão do político poderia sensibilizar membros da CCJ a votarem a favor do parecer de Ronaldo Fonseca (PROS-DF), que acatou um dos itens do recurso, o que faria o processo voltar ao Conselho de Ética, “a Casa tem que entender como um gesto positivo”, disse o líder do PTB, Jovair Arantes (GO), outro aliado de Cunha. 

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