Cunha usa familiares para esconder nome em contas na Suíça, diz MP

  • Por Jovem Pan
  • 02/10/2015 08h03
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O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, durante reunião da Mesa Diretora (Marcelo Camargo/Agência Brasil) Marcelo Camargo/Agência Brasil Eduardo Cunha

 De acordo com o Ministério Público suíço, o presidente da Câmara abriu empresas de fachada com familiares para esconder o próprio nome. Segundo a procuradoria, foram congelados 5 milhões de dólares atribuídos ao peemedebista, mesmo valor apontado por delatores da Lava Jato.

Pressionado, nesta quinta-feira, o deputado Eduardo Cunha não afirmou, mas também não negou se de fato tem esse dinheiro em contas não declaradas no exterior: “Eu não quero comentar, se a denúncia está sendo colocada, deixa eles responderem. Como presidente da câmera, quando eu dou uma opinião sobre uma irregularidade do governo eu vou partidarizar o meu discurso de institucionalidade. Certamente haverá a apuração dos fatos colocados”.

O presidente da Câmara fechou a quinta-feira em situação delicada diante dos seus pares.

Em março, durante depoimento na CPI da Petrobrás, sob juramento, o deputado Eduardo Cunha negou ter dinheiro no exterior: “Não tenho qualquer tipo de conta em qualquer lugar que não seja a conta declarada em meu imposto de renda. E não recebi vantagem ilícita ou qualquer vantagem em relação a qualquer natureza vinda desse processo”.

 Parlamentares pressionam para que o presidente da Câmara esclareça os crimes em tese sob investigação pelo Ministério Público.

O líder do PSOL, Chico Alencar, condena o silêncio do deputado Eduardo Cunha sobre as contas na Suíça: “É incompatível com a responsabilidade dos nossos mandatos públicos. O presidente Eduardo Cunha tem ou não tem contas na Suíça sob investigação do Ministério Público de lá? Será que esse assunto vai ficar abafado aqui, na Câmara dos Deputados do Brasil, que não pertence individualmente a nenhum de nós?”.

Após a investigação ser revelada, o deputado Eduardo Cunha cancelou uma viagem à Itália, onde participaria de um congresso parlamentar.

O presidente da Câmara afirma que tomou essa decisão para não perder o casamento do senador Romero Jucá.

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