Cúpula do governo critica pressão internacional para preservar ‘todas as florestas’ brasileiras
A alta cúpula do governo brasileiro considera que o País é atacado de forma “injustiça” em relação a assuntos ambientais. A equipe do presidente Jair Bolsonaro também não concorda com a pressão internacional para que Brasil poupe todas as florestas.
Apesar do interesse internacional, o assunto não será aprofundado no discurso que Bolsonaro vai fazer nesta terça-feira (22) no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. A informação é de um membro do mais alto escalão do governo.
A questão climática, entretanto, não vai estar entre os assuntos tratados pela comitiva brasileira no fórum. O tema sequer não deve entrar em debate nem mesmo nas conversas realizadas por ministros e pelo presidente da República.
O governo indicou que já tomou a decisão de permanecer no Acordo de Paris, sobre mudanças climáticas. Existia um temor internacional de que o discurso do chanceler Ernesto Araújo significasse um afastamento do Brasil desses temas.
Apesar da permanência, Bolsonaro deixou claro que não está de acordo com a forma pela qual o País é tratado. “Existe uma injustiça muito grande em relação ao Brasil”, disse um dos representantes do Planalto que acompanhou o presidente a Davos.
“Colocam o Brasil como responsável se houver problema no meio ambiente.” O governo também considera que muitas organizações não governamentais podem estar representando interesses de governos e mesmo de entidades econômicas. “Tem governo por trás.”
A avaliação é de que é o momento de mudar o discurso e deixar claro que o Brasil, em termos de proteção ambiental, “tem muito a oferecer” aos demais países. A delegação brasileira que viajou até a Suíça para o fórum chegou a ironizar o desmatamento da vegetação local e até comentou como se plantava uva “até na linha do trem”.
Um dos principais nomes do governo que acompanha Bolsonaro ainda deixou claro que não concorda com “essa história de que o Brasil tem de poupar todas as suas florestas”. Quanto ao discurso que fará terça, Bolsonaro fez questão de reforçar sua prioridade econômica e indicou que vai falar “especialmente do agronegócio“.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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