Daqui a 20 anos o BNDES tem que se preparar para ser coadjuvante, diz Rabello
O presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, disse nesta segunda-feira que vai se encontrar na próxima semana com o presidente do Banco do Brasil, Paulo Rogério Caffarelli, para estabelecer uma “coordenação creditícia”. Segundo Rabello, a ideia é aproveitar o momento de queda da inflação e dos juros para combinar com o sistema bancário uma maneira de avançar no crédito.
“O BNDES não tem capilaridade para fazer a distribuição (de crédito). Nós precisamos conversar com os distribuidores para nos ajudar a fazer esse diálogo com o dono da padaria, com o dono da loja de móveis…”, afirmou. De acordo com Rabello, “na hora que você começa a dar crédito, se Deus quiser, o emprego começa a retomar. Com o retorno do emprego, o mercado de trabalho deixa de piorar e o rendimento médio começa a surgir”.
Rabello também exaltou o esforço do governo em mostrar que a equipe econômica está com discurso alinhado para fazer uma revolução micro e macroeconômica para ressuscitar o crédito. Ele reforçou que a aprovação das reformas estimularia o investimento do exterior no País, uma vez que os ativos brasileiros estão “baratos”. “O BNDES entra nessa briga pra poder atuar. A infraestrutura está pra ser feita. O BNDES está com alguns instrumentos preparados para entrar na área de saneamento, na área de portos, de aeroportos, na área de energia…”
O presidente do BNDES irá apresentar um “livro das operações controvertidas” do banco de fomento dentro de 45 dias. O documento seria liberado com o intuito de que a sociedade brasileira tenha ampla informação sobre as liberações de crédito para empresas envolvidas em esquemas de corrupção investigados na Operação Lava Jato e suas derivações. A notícia foi dada durante entrevista de Rabello a jornalistas da Rede Bandeirantes no programa Canal Livre.
Rabello também aproveitou para dizer que o BNDES precisa fazer um plano estratégico para daqui a 10 ou 20 anos se preparar para ser coadjuvante no desenvolvimento. “O desenvolvimento tem que se fazer através de mercado de capitais ativo, pujante, gente criando fundos pra investimento no setor privado e gente pegando fundos”.
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