Davi Alcolumbre impõe a maior derrota política de Renan Calheiros; e o Brasil respira

  • Por Jovem Pan
  • 02/02/2019 20h08 - Atualizado em 02/02/2019 20h17
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Senado Fotos Representante do baixo clero, o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) reuniu apoio à candidatura ao comando do Senado oferecendo acesso ao Planalto e se colocando como alternativa à “velha política”

Foram quase 48 horas de chicanas legislativas, com direito a senadora Kátia Abreu (TO-PDT) furtando a pasta de direção do Senado, reuniões que vararam a madrugada e uma decisão questionável do Supremo Tribunal Federal às 03h45 que definiu o voto secreto para a eleição da presidência da Casa, contrariando uma decisão do plenário.

Mas todo esse circo não foi suficiente para que Renan Calheiros ganhasse o cargo de presidente do Senado. Não por menos, uma avalanche de repulsa tomou as redes sociais — e quase as ruas — para impedir que o velho Brasil triunfasse.

Representante do baixo clero, o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) reuniu apoio à candidatura ao comando do Senado oferecendo acesso ao Planalto e se colocando como alternativa à “velha política”, representada pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), quatro vezes presidente da Casa. O aval do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, ao seu nome deu credibilidade à sua promessa de portas abertas no governo e lhe garantiu apoio.

Alcolumbre foi eleito senador em 2015, mas entrou para a política em 2001, como vereador. Em seguida, venceu três eleições para deputado federal, sempre pelo Amapá. Na eleição de 2018, ele chegou a disputar o governo do estado, perdendo o cargo para Waldez Góes (PDT)

O senador soube, então, galgar apoio para sua candidatura, mas sobretudo teve sua vitória alavancada por uma maioria que hoje se forma no senado contra um “Renanismo” que impera há décadas na Casa.

Se é fato que Renan sofreu hoje a sua maior derrota política, também é fato que a forma como a vitória de Alcolumbre foi construída representa uma dor de cabeça para o governo de Jair Bolsonaro. As manobras bruscas de Onyx emparedando velhos caciques que ainda detém mandato podem representar dificuldades na agenda que o executivo promete mandar para o Congresso a partir de segunda-feira, principalmente em dois aspectos, o texto da reforma da previdência, ainda não concluído e a agenda anti-corrupção do ministro Sérgio Moro, ex-juiz da Lava Jato, a quem Renan tem repulsa e lutará contra no plenário.

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