“De saco cheio”, Lula solta palavrão seis vezes em depoimento à PF

EFE "Minha mulher prestar um depoimento sobre uma porra de um apartamento que não é nosso?!", reclamou o ex-presidente

Durante depoimento à Polícia Federal em condução coercitiva, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chama o delegado que o entrevista de “querido” por 30 vezes. Em quatro oportunidades, o ex-presidente disse estar de “saco cheio”. Lula usa o palavrão “por**” em seis oportunidades (veja os contextos abaixo). O ex-presidente ainda confessa se sentir “babaca” por ter sido levado a depor e classifica a situação como um “gesto de leviandade”.

Lula também faz 103 interrupções a fala do delegado. O delegado, por sua vez, interrompe o ex-presidente em 73 oportunidades. A maioria das intervenções é para confirmar nomes e entender as perguntas corretamente. Em outras, a frase e a linha de raciocínio do interrogador são interrompidas.
Ao lembrar que sua mulher, Marisa Letícia foi levada para depor, Lula também mostrou indignação nas palavras:

“Eu ando muito puto da vida, muito, muito zangado porque a falta de respeito e a cretinice comigo extrapolou”.

Na última página do depoimento, Lula disse: “Espero que quando terminar isso aqui alguém peça desculpas”.

Palavrão

Classificando pejorativamente o processo, o vazamento da compra do sítio, e duas vezes o apartamento no Guarujá. Duas vezes, a palavra de baixo calão é utilizada como interjeição que expressa raiva. Veja:

“Terminada essa porra desse processo, eu vou entregar isso (acervo presidencial) para o Ministério Público”

“Ficaram de agosto, setembro, outubro, novembro, dezembro e janeiro sem vazar essa porra (sobre sítio em Atibaia)”

“Quero saber quem vai pagar essa porra desse apartamento”

“Vocês perderam ele (Léo Pinheiro) logo, porra?”

“Houve (troca de diretorias da Petrobras no início do seu mandato), era tudo tucano, porra”

“Minha mulher prestar um depoimento sobre uma porra de um apartamento que não é nosso?!”

“Saco cheio”

Quatro vezes, Lula disse estar “de saco cheio”:

1 e 2) Falando sobre o tríplex do Guarujá e reportagens da revista Veja e da Globo:

“Não sou eu que tenho que provar que o apartamento é meu, ele é que vai ter que provar que é meu, ele vai ter, eu espero que ele tenha dinheiro para depois pagar e me dar o apartamento, eu já estou de saco cheio disso, essa é a verdade, estão gravando aqui para ficar registrado. Eu estou de saco cheio de ficar respondendo bobagens”.

3) Reclamando de vazamentos à imprensa:

“Antes de eu levar o nome de alguém à dúvida, eu tenho que ter prova, uma instituição séria não pode estar a serviço do, como é que eu vejo hoje, como é que eu vejo hoje, qualquer coisinha vaza, qualquer coisinha, faz 7 anos que esse Brasil vive assim, na quinta-feira alguém da operação Lava Jato vaza uma matéria para a Folha de São Paulo, vaza uma matéria para O Estadão, vaza uma matéria para a Veja, vaza para a Época, aí trabalhar sábado e domingo, eu estou de saco cheio disso”

4) Na última vez em que se diz de saco cheio, quase na parte final do depoimento, o barulho de manifestantes do lado de fora da sede da PF atrapalha a oitiva.

Não identificado:- Viu, Presidente, tem muita gente que veio em apoio ao senhor. Muita, tem muita gente.

Declarante:- Mas vamos lá gente.

Delegado da Polícia Federal:- Vamos lá, vamos lá.

Declarante:- Estou pronto. Estou de saco cheio.