De “suruba” a “sangria”: relembre momentos em que Jucá falou demais

  • Por Jovem Pan
  • 21/02/2017 14h27
CTRCDC - Pauta: instalação da comissão especial criada com a finalidade de examinar os projetos de lei do Senado (PLSs 281, 282 e 283, de 2012), que propõem alterações no Código de Defesa do Consumidor (CDC). Na reunião serão eleitos o presidente e o vice-presidente do colegiado. Senador Romero Jucá (PMDB-RR) Marcos Oliveira/Agência Senado Romero Jucá - AG. Senado

Líder do Governo no Congresso, o Senador Romero Jucá (PMDB-RR) se tornou um grande falastrão.

Nesta terça-feira (21), ele criticou a possibilidade de restrição de foro privilegiado apenas aos crimes cometidos no exercício do mandato. Para ele, o foro não pode ser selecionado: “se acabar o foro, é para todo mundo. Suruba é suruba. Aí é todo mundo na suruba, não uma suruba selecionada”.

O comentário acima não é exatamente o que se espera de um congressista. Ainda mais alguém que é responsável por alinhar e destravar todo o tipo de projetos com a base aliada.

Investigado também na Lava Jato, Jucá até tem se comportado como líder do governo. Porém suas maiores articulações acontecem de forma quesitonável, como quando ele tentou prosperar uma emenda para blindar os presidentes da Câmara e do Senado.

Vale ressaltar que ele é o mesmo que foi flagrado confabulando um plando de “estancar a sangria” após o impeachment, evitando que a Lava Jato causasse mais estragos.

Confabulando, ou apenas falando demais, confira alguns momentos em que Jucá não teve freios na língua:

– Divulgação de áudios entre Jucá e Sérgio Machado

O peemedebista, em conversa gravada com o ex-presidente da Transpetro, falou em pacto para deter o avanço da Lava Jato. O áudio foi divulgado em maio do ano passado.

“Se é político, como é a política? Tem que resolver essa p*rra. Tem que mudar o Governo para estancar essa sangria (…) Eu acho que a gente precisa articular uma ação política”.

Justamente por essa conversa gravada por Sérgio Machado, Jucá deixou o ministério.

– Briga com Telmário Mota (PDT-RR)

O pedetista protocolou representação contra Jucá no Conselho de Ética do Senado após o caso dos áudios. Telmário Mota acusou Jucá de quebra de decoro parlamentar aos tentar obsetruir a Lava Jato. Jucá o chamou de “bandido” e “desqualificado”.

“Qualquer representação é legítima. Agora, se nós formos ver os autores, um dos autores é um bandido, que a mulher está sendo presa hoje, provavelmente, o senador Telmário Mota, porque roubou dinheiro na Assembleia Legislativa para sustentá-lo. Portanto, ele é um desqualificado”.

– Nomeação de Moreira Franco

O peemedebista minimizou as críticas de que a nomeação de Moreira Franco para a Secretaria Geral da Presidência fosse uma tentativa de obtenção de foro privilegiado. Na fala, Jucá admite que todos serão citados na Lava Jato.

“Mencionado na Lava Jato todo mundo vai ser de alguma forma, ainda mais quando querem dar essa visão geral de que toda doação de campanha é irregularidade”.

– Crítica à imprensa

Ainda nesta semana, Jucá comparou o trabalho dos jornalistas ao nazismo, à Inquisição e à Revolução Francesa.

“No passado, a turba fazia linchamentos. A gente viu muito isso ao longo da história do mundo. Hoje, quem tenta fazer linchamentos não é a turba, é a imprensa e setores da sociedade”.

O peemedebista afirmou ainda que “as novas carpideiras e vivandeiras”, como se referiu aos jornalistas, “choram os defuntos ainda vivos”.

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