Decisão “é esdrúxula”, diz presidente da comissão do impeachment na Câmara

  • Por Jovem Pan
  • 09/05/2016 15h26
Brasília - O presidente, Deputado Rogério Rosso, durante sessão da comissão especial encarregada de analisar o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados (Marcelo Camargo/Agência Brasil) Marcelo Camargo / Agência Brasil Rogério Rosso

A decisão de Waldir Maranhão (PP-MA) que anula o parecer da Câmara dos Deputados e marca nova votação sobre o impeachment contra a presidente Dilma pegou parlamentares de surpresa nesta segunda-feira (09).

“Igual a todo povo brasileiro estamos perplexos e fomos pegos de surpresa em uma decisão que, procuro ser carinhoso, é esdrúxula. Não tem respaldo”, disse o deputado Rogério Rosso (PSD-DF) em entrevista exclusiva à Jovem Pan.

O deputado, que foi presidente da comissão especial do impeachment na Câmara, está nesta segunda (9) reunido com a liderança para “procurar respaldo” que justifique o ato do pepista. “Nós entendemos não ter nenhuma validade. Parece que foi uma atitude precipitada e não com base em argumento jurídico”.

Repetidas vezes Rosso afirmou que não há respaldo nenhum na decisão do presidente interino da Câmara dos Deputados e indagou: “talvez o deputado Maranhão possa nos dizer quem o auxiliou a escrever a decisão e como o auxiliou”.

Rosso defendeu ainda a legalidade com que o processo de impeachmet foi levado na Casa e disse que o povo brasileiro sofre “aos 45 minutos do segundo tempo” em um jogo que não teve falha nenhuma e que “está longe de ter cunho jurídico que a respalde”.

Com a alegação da base governista de que o processo de impeachment contra Dilma é um golpe, Rosso foi questionado se a atitude de Maranhão não acaba por depor contra a Casa. Rosso, em contrapartida, destacou mais uma vez a legalidade da continuidade do processo, mas relatou surpresa. “Confesso que por essa ninguém esperava. Em um rito correto, respaldado pelo Supremo, todos entenderam a cautela que a comissão e o plenário da Câmara teve”.

Questionado se a situação pode ser definida ainda nesta segunda-feira com um possível acionamento da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, Rosso afirmou que “tudo é possível”, mas que os próximos passos devem ser lidados com cautela.

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