Defensoria Pública vê ação da GCM na Cracolândia como abusiva
A Defensoria Pública do Estado de São Paulo considerou que a ação de revista feita pela Guarda Civil Metropolitana (GCM)aos usuários de droga na Cracolândia, região central da capital, na quinta-feira, 28, extrapolou os limites legais.
Segundo o defensor público Carlos Weis, coordenador do Núcleo de Cidadania e Direitos Humanos da Defensoria Pública, a GCM confinou em um espaço uma parte significativa do fluxo, como se as pessoas fossem animais, e elas foram submetidas indiscriminadamente a revistas.
“As imagens que vi ontem (quinta-feira) são terríveis, as pessoas ficaram encurraladas em um espaço, em uma situação absolutamente degradante, como se fossem animais no curral. A polícia tem de ter um mínimo de respeito para realizar a revista”, disse Weis.
Na quinta-feira, houve uma ação de limpeza de rotina na Cracolândia que terminou mais uma vez em conflito entre a Guarda Civil Metropolitana (GCM) e usuários de drogas. Pessoas que trabalham próximo ao local relataram em redes sociais que houve correria e tumulto.
Investigação
O secretário municipal de Segurança Urbana, José Roberto Rodrigues de Oliveira, em entrevista ao SPTV, admitiu que a GCM usou bombas de efeito moral e spray de pimenta, e disse que vai investigar se houve excesso dos guardas.
“Todas as nossas ações são filmadas por drones. Nós temos um cuidado muito grande com isso”, disse Oliveira.
Em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”, o defensor público Carlos Weis afirmou que as pessoas foram revistadas por estar em situação de vulnerabilidade. “Elas não foram reconhecidas com direitos fundamentais. Não se pode fazer isso”, argumentou Weis.
Nesta sexta-feira, a Defensoria Pública vai enviar um ofício para o comandante-geral da GCM cobrando explicações sobre a forma abusiva que a corporação fez a revista nos usuários de drogas na Cracolândia.
De acordo com Weis, o ofício também terá uma recomendação para que este tipo de ação violenta não se repita. “Vamos enviar o ofício com esses pedidos, se não surtir efeito, vamos entrar com uma ação na Prefeitura”, disse Weis.
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