Defesa afirma que Temer recebeu também o procurador-geral fora da agenda

  • Por Estadão Conteúdo
  • 10/07/2017 19h18
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Divulgação/STF Advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira desafia Janot a provar que Temer recebeu propinas

O advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, defensor do presidente Michel Temer, afirmou, em sustentação oral na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, que a denúncia do procurador-geral da República Rodrigo Janot contra o presidente é “uma peça de ficção”.

Ele declarou que o presidente não recebeu apenas o empresário Joesley Batista, do grupo JBS, no Palácio do Jaburu sem registro na agenda oficial.

Segundo o advogado, Temer recebeu empresários e parlamentares. E também o próprio procurador-geral da República, Rodrigo Janot. “Várias vezes!”, afirmou o advogado.

“Precisaram recorrer à ficção, criaram hipóteses, levantaram suposições, adentraram no campo da criação intelectual, criaram uma obra de ficção”, afirmou Mariz.

Mariz atacou ponto a ponto a denúncia de Janot, que atribui a Temer o crime de corrupção passiva no caso JBS. “Vai-se construindo, vai-se fazendo afirmações não consentâneas com a prova dos autos.”

Mariz desafiou Janot a provar como o presidente pegou propina da JBS. “Onde, quando, por quem, das mãos de quem, (o presidente) recebeu o dinheiro? Qual o benefício da contrapartida que o presidente da República faria? Não há, eu estou mostrando que não há. O presidente não pediu nada, o presidente não recebeu nada. Não houve nenhum tipo de ajuste como deseja a denúncia.”

O advogado foi enfático. “Procurador não é um acusador obstinado ”

Mariz acusou o procurador-geral de não ter levado à denúncia a transcrição de depoimentos que, em sua avaliação, seriam favoráveis a Temer.

“O papel do promotor é buscar o ideal do justo”, assinalou Mariz Ele afirmou que Janot pôs nos autos “provas seletivas, criações mentais”.

Mariz atacou os benefícios concedidos aos executivos da JBS pelo acordo com a Procuradoria-Geral da República. “Incríveis e absurdos benefícios dados aos delatores.”

Ao final, o criminalista clamou aos deputados. “Peço que não deem autorização para que o presidente da República seja julgado. Façam isso e estarão fazendo Justiça”.

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