Defesa de Bernardo pede perícia contábil para provar que ele não recebeu propinas

  • Por Estadão Conteúdo
  • 20/07/2016 12h10
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, durante entrevista após a abertura do evento Diálogos sobre políticas públicas e indicadores TIC no Brasil (Marcelo Camargo/Agência Brasil) - Assuntos: Comunicação; políticas públicas; TICS Marcelo Camargo/Agência Brasil Paulo Bernardo - AGBR

A defesa do ex-ministro Paulo Bernardo (Planejamento/Governo Lula) entregou petição à Polícia Federal, em São Paulo, que solicita a realização de uma perícia contábil alcançando, inclusive, suas próprias contas bancárias, “a perícia vai provar que o ministro Paulo Bernardo não recebeu propinas”, declarou a advogada Verônica Abdalla Sterman, que integra o núcleo de defesa do ex-ministro.

Alvo da Operação Custo Brasil, desdobramento da Pixuleco II, fase da Lava Jato, Paulo Bernardo foi preso, no passado dia 23 de junho, pela Polícia Federal por supostamente ter recebido R$ 7,1 milhões em propinas do esquema Consist, empresa de software contratada, em 2010, durante a gestão de Paulo Bernardo no Planejamento para administrar empréstimos consignados de milhões de servidores públicos.

A Consist teria desviado R$ 100 milhões por meio da cobrança de taxas elevadas dos tomadores de consignados. Seis dias depois de sua prisão, Paulo Bernardo foi solto por ordem do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal.

Nesta terça-feira (19), o ex-ministro fez um depoimento de cerca de quatro horas na PF paulista. O político estava acompanhado de seus advogados Verônica Sterman e Rodrigo Mudrovitsch, respondendo a todas as perguntas.

A defesa nega que Bernardo tenha recebido valores do esquema Consist, via advogado Guilherme Gonçalves, de Curitiba, também investigado na Custo Brasil.

Ao final da audiência, os advogados protocolaram a petição por uma perícia contábil, “o dr. Paulo Bernardo nega categoricamente o recebimento de R$ 7 milhões em propinas. Por isso, a perícia contábil é muito importante. Pedimo-la, inclusive, nas contas correntes dele (Paulo Bernardo) e para que se comprove a origem dos recursos, onde (o dinheiro) foi parar, a destinação dada aos recursos recebidos (pelo advogado Guilherme Gonçalves) a título de honorários”.

Verônica Sterman disse que Paulo Bernardo não pode afirmar que o advogado Guilherme Gonçalves usou seu nome para “explorar prestígio, mas o ministro pode afirmar que não sabia desse contrato entre a Consist e o escritório de Guilherme Gonçalves, quando a afirmação é não ter conhecimento quanto a repasses, a negativa é categórica”.

“A perícia é muito importante e decisiva porque não vão encontrar dinheiro nas contas dele (Paulo Bernardo)”, afirma a advogada, concluindo, “a perícia é a prova documental a ser realizada para aferir qual a destinação desse recurso. A perícia tem que ser feita. Ela é muito necessária. É muito fácil falar que Paulo Bernardo recebeu R$ 7 milhões do advogado. A perícia vai demonstrar que ele (Paulo Bernardo) não recebeu um centavo”, enfatizou.

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