Defesa de dono de sítio em Atibaia acusa MP de “deslealdade processual”

  • Por Agência Estado
  • 04/03/2016 13h17
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SP - LAVA JATO/SÍTIO/LULA - GERAL - Vista aérea desta sexta-feira (12) mostra o sítio frequentado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na cidade de Atibaia, no interior de São Paulo. O PT e o Palácio do Planalto aguardam uma resposta de Lula sobre o sítio usado por ele, alvo de inquérito da Operação Lava Jato, para traçarem uma estratégia de defesa do petista. 12/02/2016 - Foto: CARLOS NARDI/WPP/ESTADÃO CONTEÚDO Estadão Conteúdo sítio

Os advogados de Jonas Leite Suassuna Filho, um dos alvos da 24ª etapa da Operação Lava Jato, protestaram na manhã desta sexta-feira, 4, contra o mandado de busca e apreensão cumprido na casa do empresário e na sede do Grupo Gol, que reúne editoras de material impresso e virtual, tecnologia da informação e criação de aplicativos.

Suassuna é um dos proprietários do sítio em Atibaia (SP) frequentado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Nos causou perplexidade e indignação a deslealdade processual do Ministério Público. Havia um depoimento (de Suassuna) agendado para ontem (quinta-feira, 3) que foi desmarcado na véspera pelo Ministério Público. Outro depoimento, marcado para a semana anterior, também foi desmarcado. Nós já franqueamos os sigilos (bancário, fiscal e telefônico do empresário), o que reafirmamos na quarta-feira. E agora ele é vítima desta medida coercitiva”, afirmou Bergher sobre o mandado de busca e apreensão.

Sócio de Bergher, o advogado Raphael Mattos disse que toda a documentação sobre o sítio já estava separada por Suassuna e seria levada ao Ministério Público Federal em Curitiba, onde o empresário seria ouvido. “Nós iríamos ontem (quinta) de manhã para Curitiba com toda a documentação que comprova a propriedade do sítio e os investimentos feitos na propriedade”, afirmou.

Bergher e Mattos negaram que houvesse mandado de condução coercitiva de Jonas Suassuna. “Não houve esse mandado, estamos à disposição há mais de duas semanas”, afirmou Bergher. 

Segundo os advogados, Suassuna recebeu os agentes da Polícia Federal em casa, na manhã desta sexta-feira, 4. A Polícia Federal e o Ministério Público apuram se Lula é proprietário oculto do sítio e também investigam obras feitas no local por empreiteiras que têm contrato com a União.

O ex-presidente nega ser dono do sítio e diz que a compra foi uma “surpresa” de um grupo de amigos para que ele pudesse desfrutar da propriedade depois de que deixasse a presidência da República.

Agentes da Polícia Federal e da Receita Federal apreenderam telefones celulares, tablets e HDs de computadores pessoais de Suassuna e de sua mulher, Claudia Bueri, no apartamento onde o casal vive, em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio.

O advogado Mauro Gomes de Mattos, que também atua na defesa do empresário, estranhou que objetos de Claudia tenham sido levados Segundo ele, a mulher de Suassuna não era alvo do mandado de busca e apreensão. Dois carros, um da Polícia Federal e outro da Receita Federal, chegaram ao condomínio por volta as 6h desta sexta-feira e saíram em torno de 8h30.

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