Defesa quer desvincular esposa de Cunha de corrupção
A defesa da jornalista Cláudia Cruz, mulher de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), vai tentar desvincular sua cliente da acusação de corrupção passiva da qual o marido é alvo. Na “resposta à acusação” protocolada, no final da noite da passada segunda-feira (11), na 13.ª Vara Criminal Federal de Curitiba, os advogados argumentam que, na offshore em nome de Cláudia na Suíça, não passou o dinheiro que o Ministério Público aponta como sendo oriundo de “práticas ilícitas” de Cunha junto à Petrobras.
Cláudia é denunciada por lavagem de dinheiro e evasão de divisas De acordo com o Ministério Público, a cônjuge do peemedebista “tinha plena consciência dos crimes que praticava” ao ocultar, dissimular e movimentar mais de US$ 1 milhão “provenientes de crimes praticados por seu esposo junto à diretoria Internacional da Petrobrás”.
A defesa argumenta que os recursos apontados na denúncia como tendo sido recebidos ilicitamente por Cunha passaram, nessa ordem, pelas contas Orion SP e Netherton Investments, das quais o peemedebista afirma ser usufrutuário, mas não chegaram à Kopek, em nome de Cláudia, “os valores repassados pela Netherton à Kopek não são aqueles oriundos da Orion SP, que, supostamente, têm origem em vantagens ilícitas”, afirmam, completando que “ainda que se tenha por verdadeira e comprovada a corrupção passiva na transação envolvendo o campo de exploração de petróleo em Benin, os valores supostamente auferidos por Eduardo Cunha naquele episódio jamais foram transferidos à conta Kopek”.
Para rebater a acusação de evasão de divisas, a equipe jurídica de Cláudia anexou parecer do advogado Tadeu De Chiara, professor de Direito Bancário, no qual argumenta-se que parte do valor que contido na conta se referia a uma garantia para o cartão de crédito e que este dinheiro não estava disponível para gastos e, sendo assim, Cláudia teria disponível um montante inferior ao US$ 100 mil. Pela regra estabelecida pelo Banco Central, apenas valores acima deste limite devem ser declarados.
Os advogados alegam ainda que houve cerceamento de defesa e constrangimento legal, uma vez que não tiveram acesso à íntegra dos documentos produzidos pelas autoridades suíças. Por fim, a assessoria jurídica do casal pede ainda a suspensão do processo até que as autoridades do país europeu enviem os documentos e a anulação da denúncia de lavagem de dinheiro.
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