Delação premiada da Odebrecht deverá representar marco na Lava Jato

  • Por Jovem Pan
  • 11/10/2016 14h44
RIO DE JANEIRO/BRAZIL, 14APR09 - Participants captured during the World Economic Forum on Latin America in Rio de Janeiro, Brazil, April 14, 2009. Copyright World Economic Forum (www.weforum.org)/Photo by Cicero Rodrigues Cicero Rodrigues/ World Economic Forum (15/04/2009) Pública - Marcelo Odebrecht

A delação premiada da Odebrecht deve originar mais de 100 inquéritos espalhados pelo Brasil. A estimativa é feita pela força-tarefa mobilizada pela Operação Lava Jato. A colaboração da empreiteira deverá representar um marco não apenas pela extensão das denúncias, mas pelo efeito que deve gerar em todo o processo.

Com tantas designações, as autoridades temem que a pulverização comprometa a transparência dos casos. E o pior: desacelere o ritmo das investigações e resulte em prescrição de crimes já cometidos.

O desmembramento foi uma sugestão acatada do ministro Teori Zavascki, que relata os processos da Lava Jato no âmbito do STF.

Palocci e Alencar

Ex-ministro da Fazenda cogita acordo com a Justiça para ser mais um colaborador na esfera da Lava Jato. Antonio Palocci estaria falando abertamente sobre o assunto em Curitiba, onde permanece detido. Apesar das indicações, o advogado do petista, José Roberto Batochio nega a possibilidade.

Palocci foi o principal interlocutor do empresariado na era Lula e Dilma Rousseff. E o potencial de uma delação premiada fechada com ele é considerado mais do que explosivo. Antes mesmo do acordo ser estabelecido muitos empresários e políticos começam a colocar as barbas de molho, temendo o pior.

Já a proposta de acordo de delação premiada do ex-diretor da Odebrecht, Alexandrino Alencar, foi negada pelos procuradores da Lava Jato e da PGR. Ele é um dos executivos da empreitera considerado mais próximo do ex-presidente Lula.

A justificativa foi de que as autoridades consideraram as informações que poderiam ser reveladas incompletas. Além disso, existem indícios de que Alencar estaria protegendo personagens que seriam alvos do depoimento deles, entre eles o ex-presidente Lula.

Nomes ligados à Odebrecht que acompanham as tratativas avaliam que os investigadores querem um conteúdo mais incisivo sobre os delitos. As autoridades desconfiam que parte das palestras declaradas pelo Instituto Lula não foram feitas e outras teriam sido superfaturadas.

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