Deputado estadual afirma que esquema na Alerj vigorava há 20 anos
O esquema de indicações de cargos no governo do Rio Janeiro, comandado pelo ex-governador Sérgio Cabral (MDB), ocorria há pelo menos vinte anos, informou o deputado estadual André Correa (DEM). Ele e outras 21 pessoas foram presas pela Operação Furna da Onça, que revelou esse e outros crimes.
Segundo a Globonews, os presos admitiram que indicaram aliados para cargos estratégicos em diferentes órgãos do governo estadual.
À Polícia Federal (PF), André Correa afirmou que a prática vinha desde que entrou na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), em 1998. Segundo ele, os mais votados em cada região indicavam pessoas para exercer funções públicas. As indicações ocorriam não só na esfera estadual, como também na municipal e na federal.
De acordo com as investigações da Furna da Onça, parte dos cargos era no Detran. A ação também apontou que os envolvidos recebiam propinas mensais que variavam de R$ 20 mil a R$ 100 mil para que eles votassem de acordo com os interesses do governo. O esquema movimentou ao menos R$ 54 milhões, segundo a PF.
As propinas pagas à organização criminosa eram resultado de sobrepreço de contratos estaduais e federais.
Propina a 32 funcionários
Outra delação premiada, dessa vez do operador financeiro Carlos Miranda, aponta que o ex-governador Sérgio Cabral pagava propina a 32 funcionários do Palácio Guanabara, residência oficial do chefe do Executido do estado. A informação foi divulgada pelo jornal O Globo.
Do então vice-governador, Luiz Fernando Pezão, à cozinheira — passando por secretária e office boy — todos recebiam valores que variavam de R$ 150 mil (para o alto escalão) a R$ 500 (ao baixo clero).
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