Deputado quer novo depoimento de ex-gerente que negou ter recebido propina
O deputado Altineu Côrtes (PR-RJ) quer chamar novamente para depor na CPI da Petrobras o ex-gerente geral da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), Glauco Legatti. Em depoimento à comissão, Legatti negou ter recebido propina da construtora Galvão Engenharia, defendeu os procedimentos internos da Petrobras e irritou deputados ao negar superfaturamento nas obras da companhia.
A comissão ouve neste momento o depoimento do engenheiro Abenildo Alves de Oliveira, gerente do contrato de construção de obras prediais da Refinaria Abreu e Lima. Ao responder pergunta de Altineu Côrtes, um dos sub-relatores da CPI, Abenildo disse que foi indicado para coordenar a comissão de licitação de uma fase das obras da refinaria pelo próprio Legatti.
“Ele mentiu então à CPI”, disse o deputado. Segundo ele, Legatti disse em depoimento que nunca indicou coordenador de comissão de licitação na refinaria. “Depois de 2008, ele não indicava mesmo. Quem fazia isso eram os gerentes setoriais. Mas, em 2008, ele me indicou para coordenar a comissão”, disse Abenildo Oliveira.
Legatti foi acusado por um dos delatores da Operação Lava Jato, o engenheiro Shinko Nakandakari, de ter recebido R$ 400 mil em propina, mesmo depois de deflagrada a Operação Lava Jato, em 2014. O dinheiro teria sido entregue pessoalmente a ele pelo próprio Nakandakari, em hotéis em São Paulo. Legatti negou.
A refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, começou a operar no final do ano passado depois de ter consumido 18 bilhões de dólares em sua construção. O orçamento inicial era de 2,4 bilhões de dólares. Outro delator da Operação Lava Jato, o doleiro Alberto Youssef, disse em depoimentos que a construção da refinaria rendeu pagamento de propina para partidos políticos, como o PP, o PSB e o PSDB, que negam a acusação.
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