Deputado sugere que CPI das universidades pode discutir mensalidades e aparelhamento de esquerda

  • Por Victoria Abel
  • 24/04/2019 20h22 - Atualizado em 24/04/2019 21h32
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Victoria Abel/Jovem Pan O deputado estadual Wellington Moura (PRB) afirmou à imprensa que questões ideológicas, cobrança de mensalidades e escolha de reitores podem ser discutidas na CPI das universidades

Após uma reunião marcada por tumulto e bate-boca entre deputados e estudantes, o deputado estadual Wellington Moura (PRB) afirmou à imprensa que questões ideológicas, cobrança de mensalidades e escolha de reitores podem ser discutidas na CPI (Comissão Parlamentares de Inquérito) das universidades. O primeiro encontro aconteceu na tarde desta quarta-feira (24) e elegeu o deputado do PRB e vice-líder do governo para presidência da comissão.

A justificativa para CPI cita apenas como objetivo da comissão a “investigação de irregularidades na gestão das universidades públicas do estado” (USP, UNESP, UNICAMP). Segundo Wellington Moura, no entanto, cada deputado pode propor diante do objeto da CPI requerimentos para discussões. “Se os deputados quiserem discutir, vai poder discutir. O que a maioria vota é o que vai passar a valer.”

O presidente da CPI defendeu o debate sobre a lista tríplice que elege os reitores das universidades. Para Moura, em um formato ideal, após apresentada a lista, a comunidade acadêmica teria sua escolha, assim como o governador do estado e o legislativo. Ao final, caso se tenha um empate, quem desempataria seria o governador.

As discussões em torno do objeto da CPI das universidades tomaram conta da reunião, que contou com a presença de representantes dos diretórios acadêmicos das universidades. Os manifestantes chegaram a interromper a fala de deputados para gritar palavras de ordem. Isso porque, na última segunda-feira o deputado Wellington Moura declarou ao jornal O Estado de S. Paulo que a comissão poderia discutir o “aparelhamento de esquerda” nas instituições.

Para os deputados da oposição, discussões sobre temas que não foram definidos no escopo inicial da CPI não têm amparo legal e podem levar a um questionamento jurídico da comissão. “Vai no oposto do que é uma CPI, as questões tratadas tem que estar delimitadas”, afirmou a deputada estadual e membro efetivo da CPI, Professora Bebel (PT). Para ela, o local de se propor políticas novas para o ensino superior é na comissão permanente de Ciência e Tecnologia.

O deputado estadual Daniel José (NOVO), também membro efetivo da CPI, reforça que discussões ideológicas precisam ser deixadas de lado na comissão e focar no viés técnico. “Se usarmos essa CPI como mais um palco para o debate de direita e esquerda, não será produtivo. Temos que entrar nos números e orçamentos das universidades”

A CPI das universidades é compostas por 9 titulares, sendo eles do PSL, PT, PSB, PSDB, PRB, NOVO, PP, MDB, PC do B. A deputada Carla Morando (PSDB) foi eleita vice presidente da comissão.

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