Deputados de CPI discutem viagens a países que receberam dinheiro do BNDES

  • Por Thiago Navarro/Jovem Pan
  • 11/08/2017 09h44 - Atualizado em 11/08/2017 11h35
Roque de Sá/Agência Senado Instalação da CPI do BNDES em 2 de agosto

Os planos de trabalho da CPI do BNDES incluem “viagens aos países que receberam empréstimos do banco”. A Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara investiga empréstimos irregulares desde 1997.

Segundo a agência de notícias do site oficial do Senado, a programação (da CPI) foi discutida com técnicos e deve incluir, além de pedidos de informações e depoimentos, viagens aos países que receberam empréstimos do banco.

Recursos públicos do Senado bancarão eventuais visitas às obras. O dinheiro que arcará com despesas de eventuais viagens deverá sair da verba de R$ 150 mil prevista no requerimento de início da CPI.

A comissão, criada no dia 2 de agosto, se reúne na próxima terça-feira (15) às 15h. Quem preside os trabalhos é o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) e o relator é Roberto Rocha (PSB-MA).

A assessoria de Roberto Rocha disse que a ideia foi discutida em reunião no gabinete do relator. Existe uma possibilidade (de se realizarem as viagens), mas não quer dizer que isso vá acontecer, explica a equipe do senador. Decisão conjunta de Rocha e Alcolumbre dará mais 24 horas para os membros da comissão analisarem o plano de trabalho apresentado na terça.

Alguns países citados no encontro como possíveis destinos foram Cuba, Angola e Venezuela. O objetivo do deslocamento seria averiguar obras e financiamentos com aporte do BNDES.

Composta por treze senadores titulares e sete suplentes, a CPI tem prazo de 180 dias (seis meses), prorrogável pelo mesmo período, para concluir os trabalhos.

Os países que mais receberam dinheiro do BNDES são Angola, Venezuela, Argentina, República Dominicana e Cuba.

O relator Roberto Rocha pediu “atenção especial” à linha de crédito disponibilizada pelo BNDES a partir de 2007. “Uma investigação do Tribunal de Contas da União (TCU) estimou em R$ 711 milhões o prejuízo de uma parceria internacional do BNDES com o grupo JBS, dos irmãos Joesley e Wesley Batista. Os empresários devem ser convidados a falar na CPI, mas, segundo o relator, não devem ser o foco principal das investigações”, informa a Agência Senado.

Foi essa linha que permitiu aos irmãos Batista, donos da JBS, internacionalizar as operações por meio da compra de frigoríficos em diversos países, com destaque para os Estados Unidos.

A Jovem Pan Online também entrou em contato com a assessoria do presidente da CPI, Davi Alcolumbre, e aguarda manifestação.

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