Deputados estaduais do Rio são libertados após decisão da Alerj

Quatro parlamentares saíram de Bangu 8, na Zona Oeste do Rio, a pé e sob coro de “ladrões” entoado por pessoas que presenciaram a libertação. Chiquinho da Mangueira (PSC) já cumpria prisão domiciliar

  • Por Jovem Pan
  • 24/10/2019 18h00
Divulgação/Alerj Sessão extraordinária revogou prisão de deputados fluminenses investigados na Operação Cadeia Velha Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj)

Quatro dos cinco deputados estaduais do Rio de Janeiro presos desde 8 de novembro, acusados de participar de um esquema de corrupção com o governo do Estado durante as gestões de Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão, foram libertados por volta das 16h30 desta quinta-feira (24) do presídio de Bangu 8, na Zona Oeste do Rio.

A secretaria estadual de Administração Penitenciária providenciou a libertação cumprindo decisão da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), que na terça-feira (22) decidiu pela soltura.

André Corrêa (DEM), Luiz Martins (PDT), Marcus Vinícius Neskau (PTB) e Marcos Abrahão (Avante) saíram do presídio a pé, sob coro de “ladrões” entoado por pessoas que presenciaram a libertação. O quinto deputado é Chiquinho da Mangueira (PSC), que cumpria prisão domiciliar.

O deputado André Corrêa afirmou ao jornal O Globo que “aqueles que foram humilhados serão exaltados”: “Preso sem ser condenado, sem ter direito a julgamento, sem sequer ser ouvido pelo juiz. Muito sofrido. Família sofre, mas acredito na Justiça. Tenho pra mim reputação estraçalhada. Tenho pra mim aquilo que eu acredito, a palavra que eu acredito, é que a justiça será feita. Sou inocente. E aqueles que foram humilhados serão exaltados”.

A Alerj aprovou na última terça (22) uma resolução favorável à soltura dos deputados, mas sem que eles possam reassumir os mandatos. Os cinco chegaram a ser empossados na cadeia, mas a Justiça não reconheceu a legitimidade do ato.

Depois da votação houve um imbróglio entre a Casa e o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), com idas e vindas de ofícios.

Na tarde desta quinta, a Primeira Seção Especializada do tribunal decidiu que, como os políticos não terão direito a reassumir os cargos, eles não têm direito a foro especial e, portanto, o caso deve ser encaminhado para a primeira instância – mais precisamente para o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal.

A decisão sobre os deputados serem libertados ou não enquanto aguardam julgamento – eles cumpriam prisão preventiva havia quase um ano – foi cobrada da Alerj pela ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), na semana passada.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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