Dezoito ex-ministros das eras Lula e Dilma são investigados
Investigações que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF) indicam que ministros dos governos Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) e Dilma Rousseff (2011-2016) são suspeitos de envolvimento em esquemas que movimentaram pelo menos R$ 1,25 bilhão de forma ilegal, por meio de irregularidades no uso do dinheiro público e propinas pagas por empresas privadas durante o exercício do cargo.
O dado faz parte de um levantamento feito pelo Estado no Supremo que mostra que 18 ministros estão sob investigação de desvio de recursos nas gestões petistas – 4 no período Lula, 10 no de Dilma e outros 4 comuns aos dois governos. Foram considerados os já condenados (1), réus (2) e investigados (15) – neste último caso, o número engloba os processos na Corte e os remetidos a outras instâncias pelo STF.
São eles: José Dirceu (PT, Casa Civil, Lula), condenado, Alfredo Nascimento (PR, Transportes, Lula e Dilma) e Paulo Bernardo (PT, Planejamento e Comunicações, Lula e Dilma), estes dois réus.
São investigados: Agnelo Queiroz (PCdoB, Esporte, Lula), Aloizio Mercadante (PT, Educação, Dilma), Antonio Palocci (PT, Casa Civil, Dilma), Edinho Silva (PT, Comunicação, Dilma), Edison Lobão (PMDB, Minas e Energia, Dilma), Jaques Wagner (PT, Defesa-Civil, Dilma), José Eduardo Cardozo (PT, AGU, Dilma), Mario Negromonte (PP, Cidades, Dilma), Orlando Silva (PCdoB, Esporte, Lula).
Investigados fora do STF estão: Carlos Gabas (PT, Previdência, Lula e Dilma), Fernando Pimentel (PT, Desenvolvimento, Dilma), Guido Mantega (PT, Fazenda, Lula e Dilma), Ideli Salvatti (PT, Dilma) e Silas Rondeau (Minas e Energia).
Foram pesquisados os nomes de 167 ex-ministros nas duas gestões.
Esses números, mesmo após o impeachment de Dilma, podem aumentar com as próximas etapas da Operação Lava Jato e a possível revelação de mais envolvidos no esquema de corrupção na Petrobrás. Alguns são citados em delações, mas ainda não são investigados ou viraram réus. Além dos ministros, os ex-presidentes Lula e Dilma também aparecem em investigações. O próprio Lula é réu em três ações penais abertas nos últimos dois meses e acusado de organização criminosa, corrupção, lavagem de dinheiro e obstrução da Justiça. Dois casos correm na Justiça Federal em Brasília e outro em Curitiba. Dilma também é alvo de inquérito no STF por tentar atrapalhar o andamento da Lava Jato. Segundo os investigadores, ela nomeou Lula para a Casa Civil unicamente para dar-lhe o direito ao foro privilegiado.
Não foram incluídos nesse levantamento os ex-ministros suspeitos de cometer irregularidades fora do cargo ou ao exercer outras funções – caso de outros gestores da era petista que enfrentam processos no STF. A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), ex-ministra da Casa Civil de Dilma, é ré em ação que investiga o recebimento de recursos da Petrobrás, no valor de R$ 1 milhão, para financiar sua última campanha ao Senado. O ex-deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP), que passou pelos Ministérios da Previdência e do Trabalho no governo Lula, é suspeito de, posteriormente, na condição de presidente do PT, pedir 1% de propina sobre os contratos da Andrade Gutierrez com o governo federal. Berzoini foi incluído no inquérito do “quadrilhão”, o principal da Lava Jato.
No atual governo, Michel Temer nomeou seis ministros que eram investigados no Supremo – suspeitos de envolvimento em crimes eleitorais, falsidade ideológica, quadrilha e com o esquema de corrupção na Petrobrás. Até o momento, três já deixaram o cargo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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