Dilma levará discurso de campanha eleitoral à Assembleia da ONU

  • Por EFE
  • 22/09/2014 14h34

“Não se sustentam argumentos de que a interceptação ilegal se destina a proteger as nações contra o terrorismo. O Brasil sabe se proteger” EFE Expressões de Dilma durante discurso na ONU

A presidente da República, Dilma Rousseff, viajará nesta segunda-feira a Nova York, onde na terça-feira assistirá à Cúpula sobre o Clima e no dia seguinte estará na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) para fazer um discurso que refletirá muito o que proclama na campanha eleitoral.

De acordo com fontes oficiais, a fala de Dilma focará nos avanços sociais que o país registrou nos últimos anos e no êxito obtido no combate à pobreza e à fome.

Esses progressos, que constituem a base de sua mensagem aos eleitores, foram reconhecidas na semana passada em um relatório elaborado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e pelo Programa Mundial de Alimentos (PMA).

Segundo o estudo, nos últimos dez anos o Brasil reduziu à metade a porcentagem da população que sofre com a fome e alcançou um dos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio que as Nações Unidas estabeleceu até 2015.

Órgãos da ONU apontaram que a taxa de desnutrição no Brasil caiu de 10,7% para menos de 5% desde 2003. Também foi assinalado que a pobreza no país foi reduzida de 24,3% para 8,4% entre 2001 e 2012, enquanto a pobreza extrema também baixou de 14% para 3,5%.

Além de citar esses dados, a presidente insistirá que a lenta recuperação dos países mais desenvolvidos freia o crescimento das nações emergentes, como o Brasil, cuja economia crescerá apenas 0,3% este ano, segundo as previsões de diversos órgaos.

Fontes oficiais disseram à Efe que Dilma Rousseff se propõe a reiterar sua reivindicação de uma profunda reforma do Conselho de Segurança da ONU e dos organismos financeiros internacionais, com o objetivo de dar maior espaço aos países emergentes.

A Cúpula sobre o Clima, que a presidente qualificou como “muito relevante” foi convocada pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, para promover um maior combate ao aquecimento global. Sobre o fenômeno, Dilma deverá afirmar que o Brasil cumpre com sua parte do acordo, por gerar 43% de sua energia com fontes renováveis.

Segundo porta-vozes da presidência, Dilma ainda não tem nenhuma reunião bilateral prevista, embora não seja descartado que algum encontro com outros dos líderes mundiais que estarão em Nova York possa ser agendado.

A governante, que viajará esta noite e interromperá durante dois dias sua campanha eleitoral no país, deve retornar ao Brasil na quarta-feira, imediatamente após discursar perante a Assembleia Geral da ONU.

O Brasil irá às urnas no dia 5 de outubro e Dilma é candidata à reeleição. Recentes pesquisas de intenções de voto apontam que a disputa eleitoral deverá ser decidida em um segundo turno entre a candidata petista e Marina Silva, do PSB, atualmente empatadas.

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