Dilma se solidariza com violência sofrida por deputada em votação na Câmara

  • Por Agencia Brasil
  • 07/05/2015 22h11
BRASÍLIA, DF, 06.05.2015: GOVERNO-CONGRESSO - Discussão entre os deputados Roberto Freire (PPS-SP), Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Orlando Silva (PcdoB-SP) - Sessão no plenário da Câmara dos Deputados, sob o comando de seu presidente, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para votação da medida provisória. MP 665, que tem como ponto central o endurecimento das regras para a concessão do seguro-desemprego, em Brasília (DF), nesta quarta-feira (6). (Foto: Lula Marques/Frame/Folhapress) Lula Marques/Frame/Folhapress 06.05.15 Momento em que o deputado Roberto Freire (PPS-SP) segura o braço de Jandira Feghali (PCdoB-RJ) durante disputa pelo microfone na Câmara

A presidenta Dilma Rousseff elogiou a atitude da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), que foi ameaçada e disse ter sido vítima de violência durante votação no plenário da Câmara nessa quarta-feira (6). Por meio de seu perfil no Twitter, a presidenta prestou solidariedade à deputada e disse que, ao expor suas ideias na noite de ontem, Jandira foi ameaçada.

No momento em que os parlamentares pediam intervenções para que discutissem a Medida Provisória 665, que aumenta o rigor para a concessão de benefícios como o seguro-desemprego, a deputada diz ter sido agredida fisicamente pelo deputado Roberto Freire (PPS-SP). Logo depois, o deputado Alberto Fraga (DEM-DF) disse, em referência a Jandira: “Quem bate como homem deve apanhar como homem” (veja fala abaixo)

“A política fica menor – com p minúsculo – quando é praticada com base no sexismo e no machismo”, opinou Dilma. Mencionando o perfil da deputada no Twitter, a presidenta completou: “você só engrandece a luta das mulheres na política brasileira. Avante, com força e fé”. E utilizou uma hashtag, sinal utilizado para classificar expressões na rede social, para dizer: “#JandiraMeRepresenta”.

Após o ocorrido, a deputada se manifestou, pelo Facebook, afirmando que irá acionar judicialmente Alberto Fraga pela “apologia inaceitável” à violência. “Esta medida já está sendo encaminhada. Minha trajetória é reta, ética e coerente dentro da política desde quando me tornei uma pessoa pública, na década de 80. Não baixarei a cabeça para nenhum machista violento que acha correto destilar seu ódio. A Justiça cuidará disto. E ela, sim, pesará sua mão”, escreveu a deputada.

Também posteriormente às discussões, Alberto Fraga disse que utilizou a expressão “apanhar no sentido político, no debate das ideias”. “Reafirmo uma postura que tem permeado minha vida pública e privada: não defendo e jamais defendi a violência contra a mulher ou contra qualquer pessoa”, explicou.

Roberto Freire, igualmente por meio do Facebook, disse que o contato físico com a deputada ocorreu durante “ríspido embate verbal” e em meio ao seu pronunciamento. “A deputada Jandira Feghali tentou me impedir de continuar falando, colocando sua mão à frente do meu rosto. Segurei seu braço, para que meu direito de me expressar não fosse cerceado. Se o fiz com força acima do aceitável, pedi de imediato desculpas a ela, inclusive da Tribuna da Câmara”, disse.

Paulo Victor Chagas – Repórter da Agência Brasil // Edição: Fábio Massalli

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