Discreta, disciplinada e religiosa: quem é a nova presidente do STF?

  • Por Jovem Pan
  • 12/09/2016 14h47
José Cruz/Agência Brasil Cármen Lúcia

Nesta segunda-feira, toma posse em Brasília a nova presidente do Supremo Tribunal Federal. A Jovem Pan traz agora o perfil da mineira de Montes Claros que vai comandar a mais alta côrte do país.

Ela é tida como discreta, disciplinada e religiosa. Mas em casos célebres, já foi vista fazendo votos poéticos e marcantes. A ministra Carmen Lúcia chega à presidência do Supremo Tribunal Federal dispensando extravagâncias e privilégios, como seguranças privados.

Segunda mulher a presidir a côrte depois de Ellen Gracie, a mineira de Montes Claros chegou ao STF em 2006 por indicação do ex-presidente Lula. Formada em direito em 1977 pela PUC de Minas Gerais, ocupou a procuradoria-geral do estado no governo de Itamar Franco, nos anos 90.

Na ação penal 470, o julgamento do mensalão, em 2012, expressou no Supremo a preocupação com a imagem da política na sociedade. Após condenar o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, a ministra fez questão de deixar um recado aos jovens. (Ouça os detalhes no áudio do começo do texto)

No julgamento do mensalão, a magistrada absolveu todos os 13 réus acusados pelo crime de formação de quadrilha. Em 2015, Carmen Lúcia fez a crítica mais dura ao PT no STF. Após a prisão do senador Delcídio do Amaral, a ministra comparou a Lava Jato ao Mensalão.

No Supremo, Lúcia se notabilizou também por decretar a prisão do deputado Natan Donadon em 2013, a primeira vez em que um parlamentar em exercício foi detido desde a constituição de 1988.

Ex-aluna de um internato de freiras e bastante religiosa, soube separar a fé e a jurisdição, votou a favor da Marcha da Maconha, da cota para negros, da união gay e do aborto de anencéfalos.

Como relatora do caso, Carmen Lúcia votou a favor da liberdade de expressão ao liberar a publicação de biografias não autorizadas.

Carmen Lúcia também foi a primeira mulher a presidir o Tribunal Superior Eleitoral e em 2007 quebrou um tabu ao entrar no plenário de blazer e calça comprida.

Recentemente, após ser eleita, foi questionada se gostaria de ser chamada a partir de agora de presidente ou presidenta.

Como presidente do STF, a magistrada já estabeleceu algumas prioridades como resolver a superpopulação carcerária e a situação das presas grávidas.

A mineira de 62 anos afirma que quer marcar a sua gestão como um exercício de pacificação social.

Por Victor LaRegina

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