Distância entre Crivella e Freixo cai na reta final

  • Por Estadão Conteúdo
  • 30/10/2016 11h14
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RJ - ELEIÇÕES/RIO DE JANEIRO - POLÍTICA - Marcelo Crivella do PRB, candidato à prefeitura do Rio de Janeiro vota no Clube Marinbás no bairro de Copacabana, zona sul, durante o segundo turno das Eleições 2016, neste domingo (30). 30/10/2016 - Foto: ANDRé HORTA/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO ANDRÉ HORTA/FOTOARENA/WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO Distância entre Crivella e Freixo cai na reta fina

Pesquisas de intenções de votos válidos divulgadas ontem mostraram uma queda na distância entre os dois candidatos que disputam hoje a prefeitura do Rio. A vantagem de Marcelo Crivella (PRB) sobre Marcelo Freixo (PSOL), que já foi de 33 pontos porcentuais no início do segundo turno, caiu para 14 pontos na véspera da votação, segundo levantamento do Ibope. O candidato do PRB tem 57% das intenções de votos válidos, enquanto o socialista aparece com 43%.

O cenário do Ibope é bem próximo do apontado pelo Datafolha, em que Crivella tem 58% das intenções, ante 42% de Freixo. A margem de erro das pesquisas é de três pontos porcentuais, para mais ou para menos.

Diante desse movimento das pesquisas, o Rio vai às urnas neste domingo (30) depois da mais dura campanha de sua história recente, marcada por ataques que misturaram religião, política e discussões sobre raça, gênero e sexo.

Favorito, Crivella, bispo licenciado da Igreja Universal, passou os últimos anos tentando descolar sua imagem da instituição e defendendo em tolerância, cercando-se de intelectuais de esquerda e personalidades do samba e até de religiões afro-brasileiras. Enfrenta o socialista Freixo, que procura se livrar da pecha de radical, aproximando-se de economistas liberais e rejeitando a associação de seu nome aos black blocs, acusação que enfrenta desde as manifestações de 2013.

Para o cientista social Paulo Baía, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), essa foi uma disputa atípica. O primeiro turno foi marcado pela discussão da “não política”, em que os candidatos procuraram desqualificar os políticos e partidos e prometeram governo “não partidário e não ideológico”, diz. “No segundo, mudou o cenário. Usaram o que chamo de publicidade de combate. As campanhas foram muito agressivas na desconstrução do adversário. Políticas e projetos ficaram de lado, fortalecendo o descrédito da população com a política.”

Ataque e contra-ataque

O segundo turno começou com debate morno entre Crivella e Freixo. A partir de então, o socialista passou a receber a colaboração de ex-assessores das campanhas do PMDB e do PSDB e mudou a sua estratégia, conforme o Estado revelou. A aposta foi na desconstrução de Crivella. Chamou a atenção para seus aliados, como o ex-governador Anthony Garotinho (PR), e reproduziu vídeo em que o evangélico recebe apoio de família de milicianos.

O senador se viu acuado. Passou a se recusar a participar de debates. Nas ruas, não respondia mais a perguntas dos repórteres. As pesquisas indicavam que a estratégia de Freixo surtiu efeito e a vantagem para o rival começava a cair.

Houve o acirramento da campanha, em que Freixo foi apresentado como defensor de black blocs, do aborto, acusado de ter embolsado parte do dinheiro arrecadado para ajudar a família do pedreiro Amarildo de Souza e de nepotismo, por ter supostamente conseguido emprego para a ex-mulher em um gabinete do PSOL. Na pesquisa seguinte, eles apareceram estacionados e a diferença só voltou a cair no levantamento de ontem.

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