Dois dos 55 filhos da deputada Flordelis e de seu marido assassinado são presos

  • Por Jovem Pan
  • 17/06/2019 21h50 - Atualizado em 17/06/2019 21h51
Jose Lucena/Estadão Conteúdo A polícia suspeita que eles agiram juntos e mataram o homem para defender a mãe, após descobrir um caso extraconjugal de Anderson

Um dia após o marido, o pastor Anderson do Carmo de Souza, ter sido assassinado com pelo menos 15 tiros na garagem da própria casa, dois dos 55 filhos da pastora evangélica e deputada federal Flordelis dos Santos (PSD) foram presos. Um deles foi detido durante o enterro de Anderson por violência doméstica, e o outro por envolvimento com o tráfico.

O primeiro foi Flávio dos Santos Rodrigues, de 38 anos, filho biológico de Flordelis e enteado de Anderson. Ele foi levado para a Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo, onde prestou depoimento e deve passar a noite na carceragem.

Desde 17 de abril, ele tinha um mandado de prisão preventiva em aberto por violência doméstica. Em janeiro, a Justiça determinou que se mantivesse a pelo menos 500 metros de distância da ex-mulher, além de respeitar outras medidas protetivas.

A advogada Luciene Diniz Suzuki, que atende a família de Flordelis, afirmou ao jornal O Globo que a ex-mulher de Flávio vai informar à Justiça que não deseja mais as medidas protetivas. Segundo Luciene, ela foi ao enterro e esteve com o ex-marido antes de ele ser preso.

O outro filho do casal preso é Lucas, de 18 anos. Ele é um dos 51 filhos adotivos e, antes de completar 18 anos, teria se envolvido com o tráfico. A ordem de prisão contra ele foi emitida por conta dessa suposta conduta. O rapaz foi detido na casa da família, em Niterói, e seria encaminhado para uma unidade do Departamento Geral de Ações Socioducativas, órgão estadual responsável pela execução de ordens judiciais contra crianças e adolescentes.

Suspeitas

A Polícia Civil suspeita, no entanto, que eles agiram juntos e mataram o homem para defender a mãe, após descobrir um caso extraconjugal de Anderson. Outra hipótese, que foi levantada, mas perdeu força, é de uma briga familiar em razão de uma dívida.

Já a deputada Flordelis contestou a hipótese de que um de seus filhos tenha cometido o crime: “Isso é ridículo, acusar alguém sem provas”, afirmou, durante o enterro. Ela acredita que o marido foi morto em uma tentativa de assalto, por latrocínio. “É nisso que eu acredito: que foi um assalto e ele morreu defendendo a família.”

Morte de Anderson

Anderson e a esposa voltavam de um evento de confraternização na madrugada de domingo e teriam sido seguidos até em casa. Segundo a deputada contou à polícia, depois que chegaram em casa, o marido voltou à garagem porque teria esquecido algo dentro do carro. A família ouviu o som dos disparos e desceu correndo. Ele chegou a ser levado para o Hospital Niterói D´Or, mas não resistiu aos ferimentos.

A polícia investiga a hipótese de execução. Testemunhas contaram que três homens encapuzados fizeram os disparos. O cachorro da família teria sido dopado para não dar sinais da presença de estranhos. Segundo a polícia, uma briga familiar em razão de uma dívida poderia ser o motivo do crime.

Em um evento na Escola Estadual Paulo de Frontin, na Praça da Bandeira, na zona norte, o governador Wilson Witzel contou à imprensa que esteve com o secretário de Polícia Civil na noite de domingo e que a principal linha de investigação do crime era a de que um filho do casal tivesse ordenado a execução.

* Com informações do Estadão Conteúdo

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.