Dólar cai e pela primeira vez em quinze dias fecha abaixo de R$ 5

  • Por Jovem Pan
  • 26/03/2020 18h34 - Atualizado em 26/03/2020 18h36
Arquivo/Agência Brasil Cédulas de dólar sobre fundo branco Dólar fecha abaixo de R$ 5 pela primeira vez desde o dia 13

O dólar fechou em queda pelo terceiro dia seguido, e pela primeira vez desde o dia 13, abaixo dos R$ 5, novamente influenciado pelo exterior. A moeda teve novo dia de queda no mercado financeiro internacional com a aprovação no Senado norte-americano do pacote emergencial de US$ 2 tri, criado para contornar a crise gerada pelo coronavírus, o que estimulou os investidores a continuarem buscando ativos de risco.

Além dos Estados Unidos, o G-20, grupo dos países mais ricos do mundo, anunciou que pode desembolsar até US$ 5 tri. No mercado à vista, o dólar terminou o dia em R$ 4,9970, em queda de 0,71%. O dólar futuro para abril caiu 0,30% e fechou em R$ 5,0220.

O índice que mede o comportamento do dólar ante divisas fortes, o DXY, caiu abaixo de 100 pontos pela primeira vez desde o último dia 20. Nos emergentes, as moedas ganharam força ante o dólar, como pode ser visto pelo desempenho do WisdomTree Emerging Currency Strategy, fundo de índice (ETF, na sigla em inglês) com divisas de emergentes negociado em Nova York, que subiu 1,36%.

Segundo Shaun Osborne, estrategista de moedas do banco canadense Scotiabank, o ambiente de busca por ativos de risco há dois dias favoreceu as moedas mais arriscadas. “Seria ótimo pensar que o pior já passou, mas realmente ainda é muito cedo para dizer isso”, ressalta. Moedas de emergentes podem ganhar fôlego no curto prazo, porém, Osborne avalia que o espaço para ganhos mais amplos é incerto, e deve ser limitado a partir de agora.

O analista de mercado da Oanda em Nova Iorque, Edward Moya, avalia que o dólar se manteve em queda no mercado financeiro internacional, com a aprovação no Senado do pacote de estímulo de US$ 2 trilhões estimulando a busca por risco, ressalta ele em comentário à imprensa. O principal evento econômico da semana, a divulgação dos pedidos de auxílio-desemprego dos EUA, confirmou o que todos estavam temendo, que a crise do desemprego deve ser feia e pode competir com a de 2008/2009. Para Moya, não seria espanto se os pedidos atingirem 16 milhões nas próximas semanas.

Em conferência pela internet hoje, o chefe de risco para as Américas da Fitch Solutions, Jeffrey Lamoureux, e o analista de risco, Andrew Trahan, destacaram que as reformas no Brasil “estão fora da mesa no futuro previsível” e que a economia brasileira deve encolher 1,9% este ano. Sobre as recentes declarações de Jair Bolsonaro contra a quarentena, a avaliação dos analistas é que elas mostram uma subestimação da crise, assim como no México, e criam risco político.

* Com Estadão Conteúdo

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