Dono de empreiteira abriu duas offshores após início da Operação Lava Jato

  • Por Jovem Pan
  • 04/04/2016 13h53
Marcelo Camargo/Agência Brasil Polícia Federal

Os documentos da empresa Mossack Fonseca, sediada no Panamá, e especializada em gestão de capitais e patrimônios mostram que o sócio controlador da Queiroz Galvão comprou duas empresas offshore em junho de 2014. A compra, feita por Carlos de Queiroz Galvão, ocorreu após a deflagração da operação Lava Jato, em 17 de março de 2014.

Segundo o jornalista e comentarista da Jovem Pan, Fernando Rodrigues, uma das empresas foi utilizada para movimentar uma conta no banco Credit Agricole. No entanto, a assessoria da construtora disse que a offshore e a conta serviram para compra de um imóvel no exterior.

Em abril de 2014, um mês após o início da Lava Jato, veio a público o e-mail trocados entre o doleiro Alberto Youssef e Othon Zanoide de Moraes. Nestes, Youssef intermediou doações a políticos do PP e do PMDB com a Queiroz Galvão.

As offshores abertas por Carlos de Queiroz Galvão são: Recife Corals Art LLC, em Nevada (EUA) e Recife Corals Ltd, em Anguilla (Caribe). As empresas não são conhecidas da Operação Lava Jato.

O titular da offshore solicitou ainda que fosse incluído um artigo no estatuto da empresa de modo que, se ele [Carlos de Queiroz Galvão] morresse, seria permitida a transferência das ações de forma imediata a seu filho.

Os documentos foram obtidos com exclusividade pelo UOL, o Estado de S. Paulo e a Rede TV! através do ICIJ (Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos) e vem sendo investigado há cerca de um ano. O jornal alemão Süddeutsche Zeitung obteve as informações originais da base de dados da Mossack Fonseca e compartilhou com a organização sem fins lucrativos ICIJ.

*Informações do jornalista Fernando Rodrigues

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