Doria: ‘Brasil vai ao caos sem reforma da Previdência’

  • Por Jovem Pan
  • 03/04/2019 18h57 - Atualizado em 04/04/2019 13h10
Jovem Pan João Doria concedeu entrevista exclusiva ao 3 em 1 nesta quarta-feira (3)

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta quarta-feira (3) que o Brasil irá “mergulhar no caos” se a reforma da Previdência não for aprovada ainda no primeiro semestre deste ano. “A reforma é essencial, se nós não aprovarmos até o final do mês de julho, o país vai mergulhar no caos. Caos econômico, social, nos estados e nos municípios”, disse em entrevista ao 3 em 1.

Doria reforçou que o estado de São Paulo dá “apoio incondicional” à reforma da Previdência e não pede nenhuma contrapartida por isso. Segundo o governador, esse apoio é porque a nova Previdência é essencial para o desenvolvimento do Brasil. “Não há outra opção a não ser fazer a reforma”, explicou.

Apesar de ter se aproximado do presidente Jair Bolsonaro durante a campanha para o governo de São Paulo, João Doria fez questão de destacar que ele não está alinhado ao governo. “Temos alinhamento com todas as causas positivas, boas e democráticas do governo”, ressaltou. O governador disse que não “torce para o pior” e, em vez disso, trabalha para que o presidente leve a reforma adiante e mantenha boas relações com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), e o do Senado, Davi Alcolumbre (DEM).

Falando sobre as recentes celeumas entre o executivo e o legislativo, o tucano disse acreditar que o clima entre os poderes já está muito melhor. “A boa notícia é que esta semana já tivemos uma situação de mais calma, ponderação e entendimento entre o legislativo e o executivo. Na minha visão, o pior já passou”, afirmou. “Esse risco institucional que chegamos a ter na semana passada já é um fato superado”, falou o governador sobre a possibilidade da reforma da Previdência travar no Congresso.

Cultura

Prestes a completar 100 dias no governo de São Paulo, João Doria comemorou os avanços nas áreas da segurança pública e geração e manutenção de empregos. Ele anunciou que 5.802 pessoas foram presas neste ano, até esta terça-feira (2), e disse que a sensação de segurança no estado já está maior. “A sensação de segurança já é melhor no estado de São Paulo e vai melhorar ainda mais”, prometeu. O governador também lembrou do acordo que o governo fez com a General Motors para manter os empregos nas fábricas da montadora em São Caetano do Sul e São José dos Campos, que seriam fechadas.

Doria ainda explicou os cortes de gastos em outras áreas, principalmente na cultura. Nesta semana, sua gestão desistiu de encerrar o Projeto Guri, que oferece cursos voltados a música para crianças e adolescentes. Ele afirmou que a prioridade do governo são as áreas de saúde, educação, transporte público e segurança pública. “Isso não implica em não observar e respeitar a importância da atividade cultural”, ponderou.

O governador prometeu que vai tentar diminuir o impacto da redução de despesas, mas reforçou que encoraja os programas a buscarem recursos no setor privado. “O aperto é geral, não é específico para uma ou outra área, e exige criatividade para preservar os programas, ainda que enxugando um pouco, e estimular que os programas possam buscar recursos no setor privado”, disse.

João Doria também contou que conversou muito com o presidente Jair Bolsonaro para que a Lei Rouanet não acabasse. “Foi uma longa e positiva conversa com o presidente para que a Lei Rouanet não fosse extinta”, revelou o governador paulista.

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