Doria apoia reformas de Temer e se coloca como voz para “defender o Brasil”

  • Por Jovem Pan
  • 24/04/2017 10h42
SP - FÓRUM JOVEM PAN - GERAL - O prefeito João Doria participa do primeiro Fórum Jovem Pan, sobre o tema Mitos & Fatos (Cidades do Futuro), no hotel Tivoli Mofarrej, em São Paulo (SP), nesta segunda-feira (24). 24/04/2017 - Foto: RENATO S. CERQUEIRA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO RENATO S. CERQUEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Doria participou do fórum "Mitos e Fatos" da Jovem Pan na manhã desta segunda (24); prefeito focou em questões nacionais

Mesmo negando que discursasse como candidato a governador ou presidente, o prefeito de São Paulo João Doria Jr fez dura fala contra o que chamou de “coisas equivocadas de um Brasil atrasado e retrógrado” na manhã desta segunda-feira (24). Colocando-se ao final do sermão como “filho de nordestinos que ama São Paulo”, Doria disse que ninguém calará seu discurso nacional e que usará “toda a minha voz para defender o Brasil”.

O prefeito conclamou empresários e defendeu as reformas da Previdência e trabalhista, “tão importantes para o País”. João Doria classificou o governo de Michel Temer como uma “ponte” para uma “política econômica mais assertiva e confiável”.

Tocando essencialmente em temas nacionais (mesmo em um evento que discutia problemas das cidades), o prefeito contrapôs em sua fala o “Brasil sindicalista”, cujo tempo na sua opinião “acabou”, e o tempo “dos mais eficientes, dos que trabalham”.

Doria alçou a si mesmo como um mobilizador da classe empresarial.

Assista ao discurso completo:

“Não é possível imaginar o Brasil sindicalista, o Brasil protecionista. Acabou esse tempo. O tempo hoje é competitivo, é dos melhores, dos mais eficientes, dos que trabalham, dos que produzem, dos que são honestos e transformadores”, discursou. “E transformar o Brasil é apoiar, sim, as reformas. É ter coragem de apoiar as reformas e fazê-las. É bom para o Brasil. Evidente, com ajustes, debates, e isso é importante, é saudável, é democrático. Mas fazer. Ainda que com pequenos erros, é melhor fazer, do que a imobilidade do não fazer. Ou temer, como infelizmente muitos políticos temem, e recuam diante da necessidade de transformar”.

O prefeito convocou os empresários e “a sociedade civil” presentes no evento para se “mobilizarem”. “Não é possível imaginar que a minoria ruidosa do País vá se sobrepor à maioria silenciosa”, disse.

Doria conclamou “dirigentes que comandam estruturas importantes nas áreas produtivas do País” para “não ficarem calados” e fazerem lobby em Brasília.

“E não basta escrever um artigo para um jornal, com todo respeito aos jornais e revistas. É preciso se mobilizar, ir a Brasília, abordar deputados e senadores, fazer a pressão legítima da sociedade civil. Não faz sentido que a maioria silenciosa do País seja sobreposta por uma minoria ruidosa que, na verdade, quer e defende o passado”.

“O passado passou”

Em clara alusão aos antigos governos federais do PT, contra o qual o prefeito faz questão de polarizar, Doria afirmou que “o Passado passou”. “E graças a Deus passou, senão teriam destruído o Brasil”, disse. “Se não fosse esse juiz Sergio Moro e a Lava Jato, o Brasil estaria destruído hoje”.

“As pessoas mais simples e humildes serão as grandes beneficiárias das transformações no País. Os erros que se cometeram no passado, de não dar atenção a essa população mais fragilizada levou o Brasil a 13 anos de mau governo, de destempero, de assalto ao dinheiro público, de mentiras que contribuíram para três anos da pior recessão econômica do País, para pior imagem pública no Brasil no exterior, para a maior recessão de investimentos privados da história, para 13 milhões de desempregados”, continuou.

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Doria afirmou que as reformas devem “priorizar os mais pobres e humildes” para evitar cometer o “erro” do passado, “de permitir vozes populistas, mentirosas, que querem assaltar a consciência dos mais pobres e humildes, prometendo o que não podem e não farão”.

Então, Doria voltou a associar o “novo Brasil” com a “necessidade” de “defender as reformas” do governo Temer.

“O povo que foi às ruas para defender o impeachment, foi às ruas com a bandeira verde e amarela brasileira. tem que ter a coragem agora de ir às ruas defender as reformas. As reformas não vão gerar desemprego, não vão gerar pobreza. Vão gerar riqueza e oportunidade de trabalho”.

Para Doria, quem “determina quem pode e quem não pode” é o “povo brasileiro”. “Não é sindicalista, não é dirigente partidário, com todo o respeito”.

“Não é discurso de candidato” – a “voz”

Ao fim de sua fala de defesa das reformas, ataque ao PT e conclamação de empresários, Doria ressaltou: “meu discurso não é discurso de candidato”.

“Fui eleito prefeito da maior cidade brasileira, no primeiro turno, fato histórico em 28 anos de campanhas eleitorais. Não sou candidato a governador, não sou candidato a presidente, sou candidato a ser um bom prefeito da cidade. Fui eleito para isso e vou cumprir essa missão como tenho cumprido em menos de 120 dias como prefeito da cidade de São Paulo.

Logo em seguida, no entanto, Doria voltou a falar do Brasil. “Mas a mim não me calam. E não adianta vir com críticas da extrema esquerda, extrema isso, extrema aquilo, até porque eu não sou de direita nem de esquerda, nem de centro. Eu sou brasileiro e quero o bem do meu País, o bem da minha pátria, o bem do meu povo. Sou filho de nordestino, nasci em São Paulo e amo essa cidade. Quero o bem das pessoas. Para isso, vou usar sim toda a minha força, toda a minha capacidade, toda a minha voz para defender o Brasil, sobretudo do mal que já acometeu o nosso país e quase nos destruiu”.

Doria concluiu o discurso que fará uso de sua voz, “doa a quem doer”, “muito mais que como prefeito da cidade de São Paul”, mas “como cidadão e brasileiro”.

Em resposta a jornalistas, Doria confirmou que seu “discurso é nacional, sim”:

 

João Doria Jr. participou do fórum Mitos e Fatos, promovido pela Jovem Pan, que debate com especialistas e autoridades os principais desafios das grandes cidades.

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