Durante fala de Moro na Câmara, deputados de governo e oposição trocam ameaças
A Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados foi palco de uma grande discussão entre parlamentares do governo e da oposição nesta quarta-feira (8), durante fala do ministro Sergio Moro ao colegiado. No momento mais tenso do tumulto, o parlamentar Delegado Éder Mauro (PSL) chegou a gritar com um colega: “Vai me bater?”.
O ministro havia sido convidado para comentar a proposta do pacote anticrime elaborado pelo Planalto. Durante a fase de perguntas dos parlamentares, o petista Rogério Correia sugeriu que Moro seria amigo do tucano Aécio Neves. A fala iniciou um bate boca entre os membros da sessão. O presidente do colegiado, Capitão Augusto (PR-SP), chegou a cortar a fala de Correia. “Se for partir para o lado da ofensa nós vamos interromper”, advertiu.
Quando retomou o microfone, no entanto, o petista foi interrompido por Éder Mauro, que também passou a gritar. “Toque um dedo em mim”, ameaçou, retrucando. “Você vai fazer o quê? Vai me bater?”. Após alguns minutos, no entanto, os ânimos se apaziguaram e Moro voltou a falar.
Na sessão, o ministro disse que a aprovação do pacote anticrime pode acelerar a resposta da Justiça a crimes como o assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes. Segundo ele, de acordo com o projeto de lei, as sentenças em tribunais do júri deverão ser executadas logo após o julgamento na primeira instância, sem necessidade de aguardar o fim dos recursos processuais. A lógica de Moro considera que o caso Marielle será julgado por júri popular. Assim, demoraria menos tempo para o eventual cumprimento da pena.
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