“É preciso agir com cautela”, diz Cunha sobre saída de Dilma
Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã da Jovem Pan desta segunda-feira (06), o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), comentou as afirmações feitas na convenção do PSDB realizada neste domingo (05) em que o partido defendeu a saída da presidente Dilma e a realização de novas eleições. “É uma coisa muito seria que tem sequelas políticas, consequências econômicas, inclusive para a credibilidade do país. É preciso agir com cautela”, afirmou.
O peemedebista ressaltou que o impeachment pode ter repercussão ruim para seu partido. “Eu não acredito que o PMDB vai embarcar em situações como essa, até porque fica parecendo um golpe”, e completou, “vamos ter dificuldade para sustentar politicamente isso”.
Apesar disso, ele afirmou que o PMDB e o PT estão cada vez mais distantes e que essa relação já foi rompida na prática. “É claro que o PMDB e o PT estão a cada dia que passa se distanciando mais. A relação do PMDB com o PT é de desconforto total”, analisou.
Cunha se refere também ao fato de Dilma ter dado mais liberdade para o vice Michel Temer negociar na coordenação política, mas, de acordo com o líder da Câmara, o governo estaria fazendo o que chamou de “sabotagem clara”. “Os compromissos que o Michel assume com os partidos da base não são cumpridos pelo governo”, e completou, “para ficar se desmoralizando do ponto de vista político com os partidos da base o melhor é que o PMDB retorne e deixe que o governo se vire”.
Cunha reafirma seu apoio ao sistema parlamentarista, mas ressalta que a mudança seria apenas para um mandato futuro. “Eu defendi isso porque acho que a crise que estamos vivendo hoje é de presidencialismo. Dificilmente você vai resolver uma crise econômica embaixo de uma crise política”, avaliou.
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