Eduardo Cunha acusa Dilma de “técnica fascista” de mentir durante julgamento

  • Por Jovem Pan
  • 29/08/2016 19h42
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Alex Ferreira / Câmara dos Deputados Eduardo Cunha

O deputado afastado Eduardo Cunha divulgou uma nota em suas redes sociais acusando a presidente afastada, Dilma Rousseff, de “seguir mentindo” e de fazer uso “da técnica fascista de que uma mentira é exaustivamente repetida até se tornar verdade.”

Cunha disse ainda que o governo da presidente afastada tentou “barganhar” com o ex-presidente da Câmara para que ele não abrisse o processo de impeachment e que não foram aceitas pelo deputado, o que ele chamou de chantagem.

Confira abaixo a íntegra da nota de Eduardo Cunha:

Com relação ao depoimento da presidente afastada Dilma Rousseff, ainda em curso no Senado Federal, tenho a esclarecer o que se segue:

1) A presidente afastada segue mentindo contumazmente, visando a dar seguimento ao papel de personagem de documentário que resolveu exercer, após a certeza do seu impedimento, em curso pelo julgamento em andamento.

2) A presidente afastada mente se utilizando datécnica fascista de que uma mentira é exaustivamente repetida até se tornar verdade.

3) Ela segue me acusando de desvio de poder pela abertura do processo de impeachment, se esquecendo de que já buscou esse argumento no STF e não teve sucesso, reafirmando a lisura do meu ato.

4) As tentativas de barganhas para que eu não abrisse o processo de impeachment partiram do governo dela e por mim não foram aceitas, como já declarei em diversas oportunidades, denunciando com nomes e detalhes essas tentativas. Isso sim foi chantagem.

5) O meu ato de abertura do processo de impeachment foi confirmado por votação na comissão especial do impeachment, no plenário da Câmara por 367 votos, e já confirmado em quatro votações no Senado Federal.

6) A presidente afastada mente quando fala que como presidente da Câmara dei curso a pautas bombas e que não votava os projetos do governo. Desafio a demonstrar qual foi a pauta bomba votada e qual projeto do governo não foi votado. Desafio a demonstrar qual matéria teve inclusão de parte que, após vetada, tenha tido o seu
veto derrubado.

7) Em 2015, foram votadas 28 medidas provisórias, 6 projetos oriundos do Governo, incluindo o da repatriação, assim como mais de 30 acordos internacionais, além de dezenas de outras proposições, o que tornou 2015 o ano de recorde de apreciação de
projetos.

8) A presidente mente novamente quando fala que a Câmara parou em 2016 e que nada foi votado. Até a data do meu afastamento foram 13 medidas provisórias, dois únicos projetos do Governo tramitando em urgência e 4 acordos internacionais, além de vários projetos oriundos de parlamentares ou do Senado Federal. O atraso do reinício do funcionamento das comissões deveu-se à solução das mudanças partidárias da chamada janela partidária, em nada tendo a ver com a crise política e, mesmo assim, em nada atrapalhou a performance na Câmara.

9) O Senado Federal, em um julgamento com amplo direito de defesa, vem confirmando que a presidente afastada cometeu crime de responsabilidade. Todos os atos por mim praticados estão sendo confirmados até o momento e, ao que parece, está sendo comprovado que decretos da presidente afastada foram editados sem autorização legislativa, o que configura o crime de responsabilidade.

O resto são as desculpas para os documentários da história, incluindo o figurino do golpe, que parece caber mais na história da eleição dela do que na história do impeachment.

Eduardo Cunha

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