Eduardo Cunha não renuncia e descarta delatar: “não tenho crime praticado”

  • Por Estadão Conteúdo
  • 21/06/2016 13h07
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DF - CUNHA/COLETIVA - POLÍTICA - O presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), durante entrevista coletiva à imprensa, no Hotel Nacional, em Brasília, nesta terça-feira, 21. Cunha disse também que esta "absolutamente convicto" de que não mentiu à CPI da Petrobras em 2015 quando disse que não possui contas não declaradas o exterior. A possível mentira foi justamente o que embasou o pedido de cassação do peemedebista, apresentado pelo PSOL e Rede no Conselho de Ética da Câmara. 21/06/2016 - Foto: RICARDO BOTELHO/BRAZIL PHOTO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO RICARDO BOTELHO/ESTADÃO CONTEÚDO Eduardo Cunha fala à imprensa e nega fazer delação premiada

O presidente afastado da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) deu longa entrevista coletiva de mais de uma hora em Brasília e não tocou no tema da renúncia da Presidência da Casa, especulada inclusive por aliados. Questionado, depois, por jornalistas, se o faria e se poderia aderir a uma delação premiada, Cunha respondeu: “Como vocês viram, eu não renunciei. Em segundo, eu não tenho o que delatar. Não tenho crime praticado, não tenho o que delatar”, disse, atribuindo o que chamou de “boataria” à imprensa.

Instigado logo em seguida se descartaria totalmente a possibilidade da renúncia, Cunha gaguejou e respondeu: “É um tema que repetidamente eu venho falando. Estou aqui. Apesar de toda boataria de vocês. É normal, é natural, eu ter ficado tanto tempo sem falar acaba motivando essa boataria. Então eu até compreendo a expectativa (de renúncia). Enfim, eu espero que esse tipo de boataria e expectativa, não por minha culpa, não esteja mais presente, porque eu pretendo falar regularmente com vocês (imprensa)”.

Cunha passou boa parte do pronunciamento descrevendo um histórico, sob seu ponto de vista, dos acontecimentos políticos desde o raxa do PMDB com o PT até o pedido de prisão proferido contra ele, proferido pelo procurador-geral Rodrigo Janot, alvo de duras críticas do deputado afastado. O pedido ainda não analisado pelo Supremo Tribunal Federal. 

“Qualquer estagiário de Direito vai entender que é ridícula a peça (de pedido de prisão contra si)”, disse Cunha, atribuindo os argumentos apresentados por Janot a matérias jornalísticas. “Eu fui cerceado no meu pedido de defesa (no Conselho de Ética) pela ameaça do pedido de prisão do procurador-geral da República”, afirmou.

O deputado afastado do exercício da Presidência da Câmara pede ao Supremo para poder comparecer pessoalmente à Casa e se defender. Ele não vê problema em falar com deputados enquanto isso, um dos motivos do pedido de prisão preventiva. “Eu não posso falar? Eu não posso apresentar meus argumentos?”, questionou. “Isso é constrangimento? Querem me condenar previamente sem ter um direito de defesa?”, disse.

Cunha acusou a Justiça de “cercear” o seu direito de defesa, tanto nas investigações do Supremo, quanto nos pedidos de investigação e denúncias contra ele no STF. “Em nenhuma das denúncias ou inquéritos abertos, eu fui chamado para ouvir”, disse. “A PGR abre inquéritos, nada faz neles, se concentra somente naqueles que lhe interessam e passam a impressão à sociedade de lentidão do Supremo”, afirmou também Cunha.

Assista ao pronunciamento completo de Cunha aqui:

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