Eleições 2016: o desafio de gerir São Paulo, a locomotiva do País

  • Por Jovem Pan
  • 11/04/2016 13h27
São Paulo 2015-10-29 Visita ao Edificio Matarazzo Sede da Prefeitura de São Paulo Foto Cesar Ogata / SECOM Cesar Ogata / SECOM Prefeitura de São Paulo

 São Paulo é a cidade que não para, o centro nervoso da América Latina. Com uma população de aproximadamente 12 milhões de habitantes, é uma máquina complexa para se administrar. A cadeira no Palácio do Anhangabaú requer pulso firme, conceito vanguardista e avançado. Ser prefeito da capital paulista, que se fosse um país se delinearia como a 36º economia do mundo, acima até de algumas nações europeias, demanda habilidade. E 2016 será o ano de uma acirrada corrida eleitoral para comandar a cidade que um dia abrigou bandeirantes, barões do café e tem uma sociedade aguerrida.

Transporte público, saúde, educação, mobilidade, saneamento, gestão são alguns dos itens elencados que representam os anseios dos eleitores paulistanos. São pelo menos 11 pré-candidatos. E como tentar convencer o cidadão de que há uma luz no fim do túnel em meio a uma classe política tão desacreditada?

João Dória escolhido do PSDB nas prévias do partido para a disputa, aponta que as exceções têm que ser valorizadas: “Há um repúdio da população à classe política de forma geral, e isso traz um sentimento de revolta em relação à corrupção, à má gestão, uma falta de interesse e amor pela coisa pública, mas traz também certa dose de injustiça, porque coloca na mesma panela os bons e os maus”.

Personagens notórios no campo político paulistano, que se confundiam com suas siglas, mudaram de legenda e irão para o embate com outra camisa. A ex-prefeita e senadora, Marta Suplicy, que deixou o PT e agora figura no PMDB confia na experiência para tentar conduzir novamente a cidade: “Eu fiz muito pela cidade inteira, alguns lugares mais, outros menos, mas eu li a cidade com uma visão cosmopolita que foi muito importante, e que hoje não existe. São Paulo desapareceu do mapa do mundo”.

O ex-tucano Andrea Matarazzo que saiu do PSDB e agora integra o PSD destaca que a administração não pode alijar as principais discussões sobre as carências e necessidades dos habitantes: “Fazer o trabalho, a discussão da cidade, discutir os problemas reais da cidade de São Paulo, que eu acho que é um ponto fundamental”.

O atual prefeito de SP, Fernando Haddad deve postular a reeleição, mas ainda não se pronuncia como candidato. Celso Russomano do PRB prega renovação dos políticos e indica que a classe tem que pensar mais na coletividade: “A qualidade dos políticos deve ser oxigenada. Novos políticos, novas pessoas com vontade de fazer algo pelo todo, pela coletividade”.

O desafio de gerir a locomotiva do país passa por empenho, dedicação e capacidade. O gestor, seja lá quem for, tem a responsabilidade de empunhar a espada da administração para fazer jus à frase em Latim, estampada no brasão da cidade Non Ducor Duco, traduzido ao encadeamento pujante da capital paulista: não sou conduzido, conduzo.

Reportagem: Daniel Lian

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