Em 10 anos, Dirceu recebeu cerca de R$ 11,5 milhões em desvios na Petrobras

  • Por Jovem Pan
  • 03/08/2015 15h54
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ADRIANO MACHADO/AGÊNCIA ESTADO/AE Ministros do STF decidem por unanimidade abrir ação penal por corrupção ativa contra José Dirceu

O ex-ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, recebeu aproximadamente R$ 96 mil por mês, fruto de recursos desviados da Petrobras entre os anos de 2004 e 2013, segundo consta no despacho do juiz federal Sérgio Moro, que tem como base a delação premiada do lobista Milton Pascowitch.

O recebimento de dinheiro ocorria mesmo após sua prisão pela condenação no processo do “mensalão”. Os investigadores alegam ainda que Pascowitch pagou uma casa no valor de R$ 500 mil para uma das filhas do ex-ministro com dinheiro provindo da estatal.

De acordo com a força-tarefa da Lava Jato, José Dirceu teria recebido em torno de R$ 11,5 milhões.

O ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, foi preso temporariamente no início da manhã desta segunda-feira (03), em Brasília. O mandado faz parte da 17ª fase da Operação Lava Jato, que também cumpre outras 4 prisões temporárias, 3 preventivas, 26 de busca e apreensão e 6 de condução coercitiva, quando envolve a obrigação de depoimento. Duzentos policiais federais cumprem as ordens judiciais em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro.

Segundo a delação de Pascowitch, o “mensalinho” era pago por meio da Hope Recurso Humanos, que era responsável pelo fornecimento de mão de obra terceirizada à Petrobras. Segundo investigações do MPF, o dinheiro era fruto de desvios após obtenção de contratos da Engevix junto à estatal.

“A propina da empresa teria sido intermediada por Júlio Camargo, tendo, posteriormente, Milton Pascowitch assumido esse papel”, pontuou Moro no despacho. “Seriam pagos cerca de 3% dos ‘valores líquidos faturados à Petrobras’, o que corresponderia a cerca de 500 mil reais mensais, sendo os valores entregues a Milton Pascowitch. Dos valores, cerca de 180 mil ficariam com Fernando Moura e o restante seria dividido entre Renato Duque (40%), José Dirceu (30%) e Milton Pascowitch (30%).”

Diversos destes pagamentos eram realizados or empresas como a Hope Recursos Humanos à JD Assessoria, de propriedade do ex-ministro. No entanto, segundo o delegado Márcio Ancelmo, integrante da força-tarefa, não houve comprovação de serviços prestados pela JD.

José Dirceu também obteve recursos pagos diretamente pela Engevix Engenharia. Ainda segundo as investigações, Pascowitch adquiriu um imóvel de R$ 500 mil para uma filha de Dirceu, “tendo o valor sido decorrente de propinas acertadas em contratos da Petrobras”, assinalou Moro.

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