Em busca de apoio de Marina, Aécio aceita propor fim de reeleição

Aécio Neves ultrapassa Marina Silva e define 2º turno com Dilma Rousseff

 

Aécio Neves ultrapassa Marina Silva e define 2º turno com Dilma Rousseff

Aécio Neves se pronunciou nesta terça-feira a favor do fim da reeleição para cargos públicos, um gesto para cortejar Marina Silva, terceira colocada nas eleições de domingo, e conseguir seu apoio no segundo turno, que acontece no próximo dia 26.

“Sou a favor do mandato de cinco anos sem reeleição para todos os cargos públicos. A questão desse (próximo) mandato em especial tem que ser discutida no Congresso”, disse Aécio em entrevista coletiva em São Paulo, no ato inaugural da campanha de segundo turno, em que enfrentará a atual presidente, Dilma Rousseff.

Uma das principais propostas defendidas por Mariana durante a campanha era o fim do atual mandato de quatro anos, com possibilidade de reeleição, e substituí-lo por um período de cinco anos sem reeleição.

A ecologista disse que, nos próximos dias, os partidos de sua coalizão tomarão uma decisão sobre apoiar ou não um dos dois candidatos e esclareceu que essa decisão se baseará em compromissos programáticos.

A reeleição foi instituída em 1997 pelo governo do social-democrata Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) com uma emenda constitucional em um polêmico processo.

“Não morro de amores pela reeleição”, insistiu o candidato tucano.

Em outro flerte com Marina, Aécio disse estar a favor de “uma nova política”, expressão usada reiteradamente pela ecologista, e assegurou que seus programas de governo têm “várias convergências”, citando a sustentabilidade e a melhoria da qualidade da educação com a instauração de escolas com turno integral.

Aécio revelou que conversou com o candidato a vice na chapa de Marina, Beto Albuquerque. Ontem Marina ligou para os dois candidatos na disputa para parabenizá-los pela ida ao segundo turno.

O tucano participou em São Paulo de uma visita às obras de um centro empresarial, onde discursou para 50 trabalhadores da construção civil, militantes e autoridades de seu partido.

O ex-governador de Minas Gerais afirmou que a melhoria das condições econômicas dos trabalhadores dependerá do investimento e disse querer ser “o presidente da recuperação econômica”.

Aécio teve 33,55% dos votos no primeiro turno, contra 41,59% da atual presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff, uma surpreendente arrancada, uma vez que passou praticamente toda a campanha em terceiro lugar, atrás de Marina, que teve domingo apenas 21,53% dos votos.

O governador reeleito de São Paulo, Geraldo Alckmin, comparou Aécio com o ex-presidente mineiro Juscelino Kubitschek, famoso pelo slogan 50 anos em 5 e pela construção de Brasília.

“É necessário crescer e gerar mais emprego. Aécio é o Juscelino Kubitschek de nosso tempo”, disse Alckmin.

Paulo Pereira, líder do partido Solidariedade e da Força Sindical, disse à Agência Efe que o objetivo de Neves é ganhar apoios na região amazônica e no nordeste, duas fortificações do PT, já que teve boas votações no sul e no sudeste, apesar de ter perdido em seu próprio estado.

“Queremos apresentar uma alternativa ao programa Bolsa Família. Nossa proposta no segundo turno será que o beneficiado do plano possa conseguir um trabalho e manter a ajuda oficial por seis meses, assim não terá medo de deixá-lo”, sustentou o sindicalista. EFE

Pablo Giuliano.