Em CPI, Barusco nega que sua ascensão na Petrobras tenha sido fruto de indicação política

  • Por Jovem Pan
  • 10/03/2015 13h01
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 CPI da Petrobras ouve ex-diretor da estatal Pedro Barusco Pedro Ladeira/Folhapress Pedro Barusco

O depoimento do ex-gerente executivo de Serviços da Petrobras, Pedro Barusco, teve início às 11h e o primeiro convocado da CPI da Petrobras respondeu às perguntas de forma calma. Foi acordado, para que a sessão fosse aberta, que ele não responderia questões de cunho pessoal, o que provocou o desligamento de alguns microfones durante questionamentos. “Há uma investigação em curso e eu me reservo o direito de não comentar esse tipo de detalhe”, repetia.

Barusco se ateve a depoimentos dados anteriormente e confirmou informações sobre o recebimento de ilícitos: aproximadamente US$100 milhões em seu nome e em nome de Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras. “Comecei a receber propina em 1997, 1998. Foi uma iniciativa pessoal minha, junto com o representante da empresa. De forma mais ampla, em contato com outras pessoas da Petrobras, [passei a receber propina] a partir de 2003, 2004”, alegou. O ex-funcionário da estatal afirmou que receber propina é “um caminho sem volta” e que “não recomenda para ninguém”.

Quando foi questionado sobre sua ascensão na Petrobras, Pedro Barusco negou que tenha sido fruto de indicação política: “sempre indicação técnica, não tive nenhum contato político”. Já quanto ao envolvimento de agentes políticos no desvio de dinheiro, ele afirmou que “era feito no momento da divisão do quantitativo da propina” e acrescentou que o responsável pelo repasse do dinheiro era o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari.

A participação do Partido dos Trabalhadores também foi colocada em pauta. Barusco disse que “estima” que o partido tenha recebido até US$ 200 milhões, como divulgado anteriormente na mídia. No entanto ele ressaltou que é apenas um palpite. “Cabia a mim uma quantia, e eu recebi. Cabia ao PT uma outra quantia, o dobro. E eu estimo que pode ter sido até US$150 milhões a US$200 milhões. Não sei como o João Vaccari recebeu, se recebeu. Se foi doação oficial, se foi conta lá fora. Existia uma reserva de propina para o PT”, confirmou.

Vinte e sete deputados estavam presentes na Comissão, sendo que Lázaro Botelho (PP-TO) e Sandes Júnior (PP-GO), investigados na Lava Jato, não compareceram. Alguns deputados pediam que eles fossem afastados da CPI.

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