Em depoimento, Bumlai diz que Instituto Lula surgiu de conversa com Dona Marisa
O juiz Sérgio Moro ouviu na manhã desta terça-feira (9), o depoimento de José Carlos Bumlai, amigo de Luiz Inácio Lula da Silva. O pecuarista foi arrolado pelo Ministério Público Federal como testemunha na ação penal que investiga se o ex-presidente recebeu como propina o terreno onde seria construída a nova sede do Instituto Lula, além de um apartamento no ABC Paulista.
Os imóveis teriam sido comprados pela Odebrecht em troca de contratos com a Petrobras, no valor estimado de R$ 12 milhões, até novembro de 2012, segundo o MPF. Lula responde por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Em seu depoimento, José Bumlai disse que conheceu Luiz Inácio Lula da Silva durante a Copa do Mundo de 2002, através do então governador do Mato Grosso do Sul, Zeca do PT. Na oportunidade nasceu a amizade com o ex-presidente.
O pecuarista e o ex-presidente eram tão próximos, que Bumlai lembra a origem do Instituto Lula. Segundo o pecuarista, a entidade nasceu de uma conversa com a ex-primeira-dama Marisa Letícia, em 2010, que o teria procurado para pedir sua “ajuda” para a aquisição do terreno que iria abrigar a sede do Instituto Lula.
Bumlai contou que o objetivo do Instituto era acolher bens de propriedade do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, que exercitaria atividades culturais no espaço, a exemplo do Instituto Fernando Henrique Cardoso.
Bumlai disse que procurou um grupo de 10 empresários que pudessem fazer parte do projeto. Segundo o pecuarista, um dos empresários era Marcelo Bahia Odebrecht, que atendeu o pedido e ajudou a fazer contato com outros empresários.
O amigo de Lula afirmou que não se interessou pela compra do imóvel por impossibilidade financeira. Por isso, afastou-se da procura. Contou, ainda, que uma corretora de imóveis chegou a ser indicada a ele e foi visitar um terreno, mas não se interessou porque não podia comprar.
O depoimento de José Carlos Bumlai foi realizado por videoconferência. O pecuarista estava emSão Paulo e foi ouvido pelo juiz Sérgio Moro, da Justiça Federal do Paraná, em Curitiba.
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