Em depoimento no RJ, ex-assessor de Cabral chora e pede prisão domiciliar a juiz

  • Por Jovem Pan
  • 04/05/2017 14h03
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Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr Sérgio Cabral - abr

O ex-assessor de Sérgio Cabral, Wagner Jordão Garcia, chorou nesta quinta-feira (4) ao prestar depoimento ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal.

Garcia é apontado como braço direito do ex-governador do Rio de Janeiro no esquema de corrupção da Secretaria de Obras. Ele reconheceu que cometeu um crime, pediu perdão ao magistrado e ainda que fosse autorizado a cumprir prisão domiciliar.

Wagner Jordão Garcia foi preso em novembro de 2016 no âmbito da Operação Calicute. Ele admitiu que recebia dinheiro de propina, chamada de “taxa de oxigênio” dentro do esquema, no valor equivalente a % das obras. No entanto, ele afirmou que nunca partilhou de vantagens indevidas.

Garcia afirmou ainda que trabalhava como um “embaixador” das prefeituras do interior, assessorando de modo a resolver trâmites burocráticos no governo estadual. Segundo ele, era como uma função de despachante. Ele disse ainda que pensava que transportava contratos e não dinheiro.

“O Hudson Braga [ex-secretário de Obras], em 2010, me apresentou à Carioca Engenharia e me pediu para pegar uns projetos e me entregou um envelope fechado para levar”, contou a Bretas.

Segundo Garcia, o ex-secretário de Obras tinha temperamento difícil e já chegou a humilhar servidores e empresários. Foi a partir daí, segundo Garcia, que começou a ouvir conversas sobre recebimento de propina, e, após uma troca de e-mails com Alex Sardinha, da Oriente, teve certeza da “taxa de oxigênio”.

Wagner Garcia disse ainda que não recolheu dinheiro de propina, mas que nunca viu, de fato, o dinheiro. O depoente negou cobrança de propina dos empresários e ressaltou que apenas ligava para combinar a entrega dos envelopes, que estavam sempre lacrados.

Sobre e-mails que citam a “parrilla uruguaia”, Garcia negou que sejam sobre uma eventual fuga sua ao país vizinho.

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