Em dois meses, covid-19 mata mais no Brasil que H1N1 em 2009

  • Por Jovem Pan
  • 17/04/2020 21h20 - Atualizado em 17/04/2020 21h24
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MAURO SCROBOGNA/DIA ESPORTIVO/ESTADÃO CONTEÚDO Paciente internado na Itália Paciente internado por covid-19

O Ministério da Saúde atualizou para 2.141 o número de vítimas do novo coronavírus no Brasil. A estatística, que leva em conta óbitos desde 26 de fevereiro, já supera o total de vítimas por H1N1 registrado em todo ano de 2009, considerado o auge da pandemia da doença.

Mesmo com a subnotificação reconhecida pelo ministério, o país chegou a 33.682 casos. Em 2009, foram 50.482 casos e 2.060 mortos por H1N1, o primeiro registrado em junho, segundo dados do governo federal.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considerou a H1N1 uma pandemia de julho de 2009 a agosto de 2020. Naquele ano, a doença perdeu força pelo reforço de medicamento e vacina para o tratamento.

Em março, Bolsonaro previu que a infecção pelo novo coronavírus mataria menos que a H1N1 em 2019, quando o total de óbitos foi muito inferior ao do ano de pandemia. “O número de pessoas que morreram de H1N1 no ano passado foi da ordem de 800 pessoas. A previsão é não chegar a essa quantidade de óbitos no tocante ao coronavírus”, afirmou o presidente.

O deputado federal Osmar Terra (MDB) também minimizou a covid-19 usando dados sobre a H1N1. Ele chegou a ser um dos cotados para assumir o Ministério da Saúde, agora ocupado pelo economista Nelson Teich.

Ministro da Saúde em 2009, o médico José Gomes Temporão, afirma que a covid-19 é muito mais letal que a gripe anterior. “A letalidade e o número de casos graves do H1N1 são muito mais baixos do que os do novo coronavírus. O número de pessoas que adoecem, precisam de ventilação pulmonar, é significativamente menor na pandemia de 2009. Uma outra diferença importante é a situação do sistema de saúde. Hoje estamos mais frágeis do ponto de vista financeiro”, disse.

O ex-titular da pasta lembrou que o país não adotou medidas de isolamento social justamente pelo menor potencial da doença. “Quando o H1N1 chegou, o que percebemos era que não era uma doença com muita diferença do que os vírus da gripe comum. Claro, tivemos óbitos, a população não tinha imunidade.”

No dia em que Teich tomou posse, o Brasil bateu seu próprio recorde de mortes diárias. Foram 217 nas últimas 24 horas. A região mais afetada pelo novo coronavírus é o sudeste, com 56,6% dos casos, seguida pelo Nordeste, com 22,2%, Norte, com 9,4% e, por fim, o centro-oeste, com 4,1%.

* Com Estadão Conteúdo

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