Em entrevista a jornal, fundador do PMDB pede afastamento de Cunha

  • Por Jovem Pan
  • 19/07/2015 21h06
Rodrigo Ramon/JP Presidente da Câmara

Em entrevista dada ao jornal Folha de S.Paulo, o deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) pediu o afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Câmara. Cunha é acusado de ter recebido US$ 5 milhões em propina em esquema de corrupção na Petrobras, alvo da Operação Lava Jato.

Jarbas Vasconcelos, um dos criadores do PMDB, considerou em entrevista exclusiva ao jornal que “fica difícil, imensamente complicado” o correligionário continuar como presidente da Câmara devido a suspeita. “Não custa nada deixar o cargo temporariamente”, falou para a Folha. 

A afirmação de que o peemedebista recebeu o valor ilegal foi dada por Júlio Camargo, ex-consultor da empresa Toyo Setal arrolada nas investigações da Polícia Federal, em depoimento à Justiça Federal do Paraná nesta quinta-feira(16).

Camargo alegou ter sido coagido por Cunha a pagar US$ 10 milhões em propinas para firmar um contrato de navios-sonda da Petrobras. Do montante, o presidente da Câmara teria embolsado a metade.

O vice-líder de governo na Câmara, Silvio Costa (PSC-PE), e a bancada do Psol também pedem a saída do deputado do Rio de Janeiro. Em nota expedida no fim da última semana, o Psol classificou que Cunha não tem moral para continuar na função. “Ter o presidente da Câmara sob tamanha suspeita deslustra o Parlamento e impinge falta de credibilidade na política. Ao invés da tradicional blindagem e corporativismo, o PSOL exige que a Lava Jato vá fundo, sem proteger quem quer que seja”, consta no comunicado.

Após a delação ainda não apurada pela Justiça, Cunha anunciou rompimento em definitivo com o governo Dilma Rousseff (PT).

 

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