Em novo leilão, governo arrecada R$ 5 bilhões e vende apenas uma das cinco áreas ofertadas

17 empresas disputavam os blocos desta quinta-feira (7), mas só a Petrobras apresentou proposta

  • Por Jovem Pan
  • 07/11/2019 10h42
ESTADÃO CONTEÚDO Décio Oddone, diretor geral da ANP, durante o leilão

O segundo leilão de exploração de petróleo no pré-sal, realizado nesta quinta-feira (7) pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), arrecadou R$ 5,05 bilhões dos R$ 7,85 bilhões esperados pelo governo. Dessa vez, eram ofertados cinco blocos – Aram, Bumerangue, Cruzeiro do Sul, Sudoeste de Sagitário e Norte de Brava -, mas apenas um foi arrematado.

A área de Aram, localizada na Bacia de Santos, era a mais cara das oferecidas e foi comprada, no que fó a única oferta do leilão, pela Petrobras em consórcio com a chinesa CNODC. No total, 17 empresas estavam habilitadas para disputar os blocos, mas nenhuma fez lances para esta ou nenhuma outra área de exploração.

O mesmo aconteceu no leilão desta quarta-feira (6), quando 14 empresas estavam registradas para participar da disputa mas, outra vez, apenas a estatal brasileira fez propostas – levando dois dos quatro blocos ofertados. Na data, o governo garantiu uma arrecadação de R$ 69,96 bilhões, número que poderia ter chegado aos R$ 106,5 bilhões se todos os lotes tivessem sido vendidos.

Ontem, o presidente da Petrobras,  Roberto Castello Branco, disse que a empresa esperava que houvesse maior competição no megaleilão do excedente da cessão onerosa. “Não cabe a mim explicar isso [a falta de disputa]. Esperávamos francamente que houvesse competição. Nós gostamos da competição e estamos preparados para isso”, afirmou.

Agora, portanto, restam seis áreas para exploração “encalhadas”: Bumerangue, Cruzeiro do Sul, Sudoeste de Sagitário, Norte de Brava Sépia e Atapu.

“Frustração”

Questionado, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) negou que o governo tenha ficado frustrado com o resultado do leilão desta quarta-feira. Já o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que os números ficaram aquém do esperado.

“O leilão foi abaixo do que a equipe econômica do governo anunciou. A expectativa do governo era uma e veio abaixo. É preciso avaliar os motivos dessa frustração do leilão”, avaliou Maia.

Os parlamentares tanto da Câmara dos Deputados quanto do Senado Federal aguardavam os resultados dos leilões mirando o pacto federativo, que decidiu que 15% do dinheiro arrecadado será destinado aos Estados e outros 15% aos municípios. A União vai deter 67% do Valor. Outra parcela ficará com a Petrobras e uma quinta parcela, de 3%, com o Rio de Janeiro, já que é o local onde estão as áreas de extração do petróleo.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.