Em sabatina de diretores do BC, Gleisi Hoffmann culpa setor privado pela crise

  • Por Estadão Conteúdo
  • 05/07/2016 12h19
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Plenário do Senado durante sessão deliberativa extraordinária. Em pronunciamento, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). Foto: Geraldo Magela/Agência Senado Geraldo Magela/Agência Senado Gleisi Hoffmann (PT-PR) - ASENADO

A presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Gleisi Hoffmann (PT-PR), culpou o setor privado pela crise vivida atualmente no Brasil. A colocação da petista provocou protestos dos senadores que acompanharam a sabatina dos diretores do Banco Central (BC), na manhã desta terça-feira (5). O senador Ivo Cassol (PP-RO) foi incisivo na resposta, “é injustiça querer culpar o setor produtivo pela incompetência (do governo)”.

Segundo Gleisi, a crise de 2008 foi provocada pelo setor privado e foi internalizada pelo Estado, “o aumento da taxa de juros brasileira está intimamente ligada a isso. Internalizamos uma crise do setor privado, do setor financeiro. E aí vira discurso de que temos que fazer austeridade fiscal, tirar de políticas públicas para dar dinheiro ao setor privado e pagar serviço da dívida”, criticou e, em seguida, deixou a mesa para participar da Comissão Especial do Impeachment.

Outros senadores, inclusive Cassol, discordaram da petista, iníciando um breve bate-boca. Em seguida, o pepista declarou voto favorável aos diretores, mas advertiu que esperava que honrassem o seu voto de confiança, “defendo taxa de juros baixa. Não entendo por que isso não funciona no Brasil”. O parlamentar foi enfático ao dizer que os diretores do BC não podem “vestir a camiseta dos bancos” ou ele “desceria o cacete”, pois “aqui não tem moleza.”

Mais cedo, a senadora Lucia Vania (PSB-GO) afirmou que os problemas fiscais são graves e precisam ser resolvidos. Neste contexto, a parlamentar questionou os indicados sobre como veem a apresentação, pelo Executivo, da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que institui um teto para os gastos públicos.

A senadora também questionou os diretores indicados sobre quais medidas são necessárias para que a inflação convirja para a meta de 4,5% já no ano de 2017. Esse compromisso tem sido reiterado pelos indicados em suas falas, “como fazer isso sem sacrificar a economia?”, indagou Vania, que também provocou os economistas sobre a eventual necessidade de promover ajustes no regime de metas para a inflação.

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