Embaixador e ex-ministro Ricupero compara clima político à época do impeachment de Collor

  • Por Jovem Pan
  • 27/06/2015 12h47
BRASÍLIA, DF, BRASIL, 23-05-2011, 14h50: Da esq. para a dir., Rubens Ricupero, Sarney Filho, José Carlos Carvalho, Marina Silva e Carlos Minc durante entrevista na Câmara dos Deputados. Dez ex-ministros do Meio Ambiente se uniram nesta segunda-feira contra o texto da reforma do Código Florestal que deve ser votado amanhã (24) pela Câmara. Em carta aberta à presidente Dilma Rousseff e ao Congresso, o grupo diz que a proposta a ser analisada significa um retrocesso na política ambiental brasileira, que foi "pioneira" na criação de leis de conservação e proteção de recursos naturais. Assinaram o texto: Marina Silva (PV), Carlos Minc (PT), Sarney Filho (PV), Rubens Ricupero (sem partido), José Carlos Carvalho (sem partido), Fernando Coutinho Jorge (PMDB), Paulo Nogueira Neto (sem partido), Henrique Brandão Cavalcanti (sem partido), Gustavo Krause (DEM), José Goldemberg (PMDB). (Foto: Marcelo Camargo/Folhapress, 5163, PODER) Marcelo Camargo/Folhapress Ex-ministro da Fazenda

Em entrevista exclusiva à Jovem Pan neste sábado (27), o embaixador e ex-ministro da Fazenda Rubens Ricupero falou sobre a posição delicada da presidente Dilma Rousseff, que embarca neste sábado para os Estados Unidos neste sábado, com o clima político agitado após denúncias de que tesoureiros do PT e de sua campanha para a presidência em 2014 receberam dinheiro ilegal da Petrobras, meso que por meio de delações declaradas.

O ex-ministro compara a situação ainda a quando era embaixador à época do impeachment de Collor (1992), em que ele diz ter tido muita dificuldade em trabalhar e desempenhar suas funções, devido ao clima político que envolvia o Brasil. “O que Dilma tenta fazer é relançar sua própria presidência”, disse Ricupero.

Ricupero entende que o imbróglio “se compara com revelações do wikileaks às vésperas de ela ir aos Estados Unidos em 2013, quando descobriu-se que a presidente brasileira teve o telefone grampeado.

Economia

Ricupero também avaliou as possibilidades de o Brasil ampliar suas relações comerciais com a visita ao país do norte. “Não é fácil negociar acordo comercial quando a sua economia perdeu competitividade”, reconhece o ex-ministro da Fazenda. “Se não recuperar, não adianta”.

“Se a nossa indústria não consegue nem manter a posição que tinha antes no mercado brasileiro, como ela vai atender aos estrangeiros”, avaliou.

Ele entende, porém, que as dificuldades atuais não são insolúveis. “Os americanos conhecem bem a situação da economia brasileira”, diz. “A longo prazo eu acho que a confiança existe”, ressalta.

Ricupero também elogiou a meta brasileira de duplicar negócios com os EUA em 10 anos. “Muito ambicioso, mas é bom ter uma meta”.

Ouça a entrevista completa no áudio acima.

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