Empreiteiro acusa Cunha de investigar empresa na Lava Jato para favorecer concorrente

  • Por Jovem Pan
  • 05/07/2015 11h48
Antonio Cruz/Agência Brasil Eduardo Cunha fala à CPI da Petrobras

O dono do grupo Schahin acusou Eduardo Cunha, em entrevista ao jornal O Globo, de beneficiar concorrente ao instigar denúncias à empresa rival na Operação Lava Jato. De acordo com empresário Milton Schahin, sua corporação já seria alvo do desafeto do presidente da Câmara dos Deputados há sete anos e classifica os pedidos de prestação de conta apresentados pela CPI da Petrobras como “pura sacanagem”.

A ação de Cunha teria como base a desavença entre o empresário Lúcio Bolonha Funaro e Schahin, que foi iniciada em 2008 quando uma hidrelétrica feita pela construtora em Rondônia rompeu e obrigou cerca de 200 famílias a deixarem a região. Funaro representava a contratante do serviço e, segundo Shahin, teria sido responsável pelo não pagamento do seguro. Na batalha judicial, o empresário nega a declaração do empreiteiro e estima que o prejuízo supere R$1 bilhão.

Shahin ressaltou que Eduardo Cunha morou em um flat de Funaro em Brasília e levantou alguns questionamentos sobre o desenrolar da Operação Lava Jato. “Funaro entrou na Justiça contra a Schahin. Estranhamente, começaram a surgir iniciativas de deputados ligados a Eduardo Cunha para constranger, intimidar a Schahin”, e completou, “passamos a ser chamados para prestar esclarecimentos em diversas comissões. Aí entra Eduardo Cunha e alguns interesses. Simultaneamente, eles, Cunha e Funaro, abrem o flanco, e Lúcio Funaro abre ação judicial na Petrobras para bloquear nossas contas”.

A base de dados da Câmara mostra que já foram apresentadas 33 proposições contra o grupo desde o episódio de 2008, incluindo apuração de serviços prestados à Petrobras. No entanto, a maioria das denúncias sobre o caso de Rondônia foi feita por deputados do Rio de Janeiro e ligados politicamente a Cunha. “Agora você me pergunta: como o Funaro pode ter tanta força? Porque o Eduardo Cunha está por trás. O que é estranho é a Câmara se meter na briga entre duas empresas. O que deputados têm a ver com uma disputa judicial entre empresas?” dispara.

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