Empresa do coronel Lima teria intermediado propina a Temer desde os anos 1990

  • Por Jovem Pan
  • 16/07/2018 11h41 - Atualizado em 16/07/2018 11h53
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Montagem/Reprodução e EFE Coronel Lima e Michel Temer; o delegado disse que a planilha indica que "MT" recebia 50% dos valores referentes aos contratos

Novo documento juntado ao inquérito dos portos, que investiga o presidente Michel Temer (MDB), apontam que a Argeplan, empresa do coronel aposentado da Polícia Militar João Batista de Lima Filho, o coronel Lima, teria intermediado propina de empresas do setor portuário desde os anos 1990. As informações foram divulgadas pela repórter da Globo Andréia Sadi nesta segunda-feira (16).

O delegado Cleyber Malta Lopes, que conduz as investigações, já havia apontado, a partir de provas da Operação Skala, indícios de propina de R$ 340 mil mensais a Michel Temer no fim da década de 1990.

A nova tabela relaciona pagamentos a “MT”, que seria Michel Temer, a “MA”, que seria Marcelo Azeredo, indicado por Temer para comandar a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) – estatal que administra o Porto de Santos, e a “L”, que seria o coronel Lima.

Para a PF, os dados indicam que pagamentos apontados com as iniciais foram feitos por meio da Argeplan.

O delegado disse que a planilha indica que “MT” recebia 50% dos valores referentes aos contratos e que “MA” e “L” tinham 25% cada. Há indicações de repasses de “parcerias realizadas” de R$ 300 mil da Rodrimar a Temer e de R$ 150 mil para Azeredo e Lima, cada, além de R$ 200 mil para campanhas.

As planilhas chegaram ao conhecimento da Justiça pelas mãos da ex-mulher de Azeredo, que quis comprovar durante ação de divisão de bens que seu companheiro tinha outras fontes de renda. As provas integravam o inquérito 3105, sobre irregularidades no porto de Santos, que foi arquivado em 2011 pelo ministro do STF Marco Aurélio Mello.

Segundo a PF, o documento intitulado “Posição de Negócios”, que também estava no inquérito 3105, trata do terminal 34/35 com participação do grupo Libra no porto, e destaca “contratos exclusivos” da Argeplan.

O documento indica que “todas as participações foram concedidas sem nenhum tipo de investimento por parte da Argeplan, além do cumprimento total das exigências políticas”.

O inquérito dos portos investiga o decreto assinado pelo presidente Michel Temer que estendeu a concessão para empresas do setor (de 25 para 35 anos, podendo ser estendidos por 70 anos). O decreto publicado em maio de 2017 teria beneficiado, entre outras, as empresas Rodrimar e o grupo Libra, que teriam pago propina ao presidente.

Em todas as manifestações até agora, o presidente Temer tem negado o recebimento de qualquer vantagem indevida.

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