Empresa ligada ao Bradesco faz acordo com MPF na Operação Greenfield

  • Por Estadão Conteúdo
  • 19/09/2016 20h27
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Brasília - Na Operação Greenfield no Distrito Federal, policiais federais retiram documentos da Funcef. (Wilson Dias/Agência Brasil) Wilson Dias/Agência Brasil Policiais federais retiram documentos da Funcef durante Operação Greenfield

A BEM Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários, empresa ligada ao Bradesco, fechou acordo com o Ministério Público Federal, na Operação Greenfield, por meio do qual se compromete a dar garantias de R$ 104 milhões, em juízo, para cobrir eventuais prejuízos causados aos fundos de pensão Petros (Petrobras) e Funcef (Caixa). 

O valor corresponde aos R$ 34 milhões aportados pelos fundos no FIP Enseada. O valor está atualizado pelo IPCA mais 15% ao ano. A Greenfield investiga o aporte de quatro fundos de pensão – Petros, Funcef, Previ e Postalis – em 10 empreendimentos. O FIP Enseada foi criado para que houvesse investimento na CBTD, empresa sucesso da Gradiente. A transação efetivou-se em 2008.

Segundo relatório da Greenfield, verificou-se “que as empresas interessadas nos investimentos a serem realizados pelos Fundos de Pensão apresentam uma supervalorização da expectativa de caixa de seus negócios, com projeções futuras superestimadas para esses fundos, que, por sua vez, não analisam de forma detida as condições de liquidez e rentabilidade dos investimentos a serem realizados, os quais acabam resultando em significativo prejuízo para as finanças dos Fundos de Pensão”.

O compromisso da empresa ligada ao Bradesco foi homologado na sexta-feira, 16, pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal, em Brasília. Conforme a decisão, todas as medidas de bloqueio, sequestro e indisponibilidade de bens da empresa ficam suspensas até 21 de outubro. Depois disso, sendo feitas as garantias, elas serão revogadas em definitivo.

O acordo também dá segurança para que os executivos Denise Pauli Pavarini e André Bernardino da Cruz Filho possam continuar exercendo suas atividades. Eles, no entanto, não haviam sido afastados, mas foram alvo de busca e apreensão na operação.

Na decisão, o magistrado justificou que as proposições atendem, “a priori, com satisfação o pressuposto cautelar das medidas antes adotadas para que se alcance, em caso de eventual condenação, a garantia da reparação do dano”.

A OAS, outra investigada, que está em recuperação judicial, também se comprometeu a reservar em juízo R$ 240 milhões, o que está sendo analisado pela Justiça Federal.

O Bradesco afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não comenta assuntos sob análise da Justiça.

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