Empresas da J&F tiveram acesso a 107 regimes especiais de tributação em MG
Estudo de auditores fiscais mostra que, em Minas Gerais, foram analisados e concedidos 107 regimes especiais de tributação entre os anos de 2009 e 2015 a empresas do grupo J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista. Esses regimes, alguns deles com vigência até 2020, beneficiam marcas da empresa de laticínios Vigor, a fabricante de produtos de higiene e limpeza Flora e o frigorífico JBS.
A estimativa de impacto de apenas quatro unidades – duas da JBS, uma da Seara e outra da Itambé – é de cerca de R$ 320 milhões no período de 2011 a 2017, segundo levantamento realizado pelo Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Estadual de Minas Gerais (Sindifisco-MG). O impacto apenas em 2014 das quatro unidades foi de aproximadamente R$ 59,1 milhões.
A denúncia contra o senador Aécio Neves, apresentada no início do mês pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, acusa o tucano de usar o mandato no Senado a favor de interesses da JBS, o que inclui a liberação de créditos de ICMS pelo governo mineiro.
Procurado, o Ministério Público do Estado de Minas Gerais enviou a seguinte resposta: “Em relação a denúncias sobre eventuais fraudes relativas a créditos tributários envolvendo Aécio Neves, elas referem-se ao período em que ele já ocupava o cargo de senador, estando, portanto, as investigações a cargo do Ministério Público Federal. O Ministério Público de Minas Gerais poderá avaliar o material para possíveis investigações em âmbito estadual e, se for o caso solicitar informações”.
Aécio Neves já havia afirmado que, quando era governador de Minas Gerais, não concedeu nenhum benefício fiscal especial à JBS e que chegou a autuar o frigorífico por recolhimento indevido do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) entre 2008 e 2010.
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