Encontro serviu como ‘vitrine’ para presidente
O ministro das Relações Exteriores, José Serra, disse não ter percebido “nenhum sinal, nem remoto” de questionamento do processo de impeachment durante a visita de quatro dias do presidente Michel Temer à China, onde participou de reunião anual do G-20. O peemedebista viajou ao país asiático poucas horas depois de ter assumido o comando do Brasil de maneira definitiva.
“Ninguém fez perguntas sobre o assunto nas reuniões bilaterais nem no almoço de chanceleres de que participei”, disse Serra ao Estado. Mas o tucano observou que tomou a iniciativa de descrever a mudança política no Brasil aos demais ministros das Relações Exteriores das 20 maiores economias do mundo. Serra afirmou que não está “preocupado” com a legitimidade internacional do novo governo. Em sua avaliação, ela é uma consequência “natural” da posse do presidente depois do impeachment.
A viagem de Quatro dias à China deu a Temer a oportunidade de aparecer ao lado dos principais líderes mundiais logo depois de sua confirmação no cargo de presidente. Além do encontro do G-20, o brasileiro teve reuniões bilaterais com cinco dirigentes estrangeiros e recebeu três convites de visitas ao exterior. O primeiro encontro foi com o anfitrião, Xi Jinping, que convidou Temer para uma visita de Estado, considerada a mais elevada do protocolo internacional, com revista às tropas e banquete de gala.
Na última segunda-feira, 5, o brasileiro se reuniu com o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, a quem manifestou o interesse do Brasil de atrair investimentos na área de infraestrutura e de ampliar a exportação de produtos agropecuários. Temer também esteve com os primeiros-ministros da Espanha, Mariano Rajoy, e da Itália, Matteo Renzi. Rajoy convidou Temer a visitar a Espanha e recebeu o convite de visitar o Brasil. Renzi propôs o envio de uma missão de 300 empresários ao Brasil, em data a ser definida. Também houve reunião com o vice-primeiro-ministro da Arábia Saudita, príncipe Mohammad bin Salman. Cumprindo os encontros que havia planejado antes da viagem à Ásia, o presidente brasileiro viu a conferência como uma ‘vitrine’ para seu novo governo.
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