Engenheiros fazem vistoria em desmoronamento na Praia da Macumba
Desmoronamento de trecho da orla da Praia da Macumba, no Recreio dos BandeirantesTomaz Silva/Agência Brasil Engenheiros do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado do Rio de Janeiro (Crea-RJ) vistoriaram hoje (18) o trecho do cal&c…
Engenheiros do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado do Rio de Janeiro (Crea-RJ) vistoriaram hoje (18) o trecho do calçadão na Praia da Macumba que vem desabando há duas semanas, na zona oeste do Rio. Segundo o coordenador da Câmara Especializada de Engenharia Civil do Crea-RJ, Jorge Mattos, o objetivo da visita é conferir a dimensão do desmoronamento.
"Realmente, não é pouca coisa, são vários trechos. É realmente assustadora a magnitude do que a onda já fez em parte do calçadão", disse Mattos. "Não sei dizer se foi erro de projeto ou de execução, mas que houve um erro, houve, porque não poderia ter desmoronado".
Segundo o engenheiro, o impacto das ondas causou o desmoronamento do calçadão, o que voltará a ocorrer se não for feito um trabalho complementar de recolocar areia na praia e construir um quebra-mar na saída do Canal de Sernambetiba.
Para Mattos, as ações já estavam previstas em projeto feito pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), mas elevariam os custos para R$ 50 milhões. O calçadão já desmoronou sete vezes em dez anos e a próxima reforma necessária está avaliada em R$ 15 milhões.
O Crea-RJ também está avaliando a documentação dos responsáveis pelo projeto a fim de conferir se há irregularidades ou incompatibilidades na habilitação para executar o trabalho. A apuração do Crea, caso encontre irregularidades, pode render punição aos profissionais responsáveis pelo projeto e execução da obra no calçadão.
Obras emergenciais
Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Conservação e Meio Ambiente informou que começou ontem (16) obra emergencial para conter a erosão e eliminar qualquer risco de instabilidade para a rua e os prédios. A intervenção deve durar quatro meses.
A empresa Geomecânica foi contratada para executar o trabalho, orçado em R$ 14,5 milhões, que inclui aterramento da área e instalação de bolsas preenchidas de concreto, na frente e atrás do muro do calçadão.
A secretaria informou que a prefeitura está tentando viabilizar o projeto da Coppe, que tem 17 anos. "Este escopo inclui também toda a recomposição do calçadão, afastando qualquer possibilidade futura de desmoronamento da área aterrada e garantindo a segurança de moradores e frequentadores".
A situação da Praia da Macumba vem sendo monitorada pela Subsecretaria de Defesa Civil, que não vê risco de colapso estrutural iminente em edificações vistoriadas no entorno. A Guarda Municipal e a CET-Rio têm atuado no isolamento na área.
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